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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



quarta-feira, agosto 30, 2006

A Dama e o Cavaleiro...



A Dama e o Cavaleiro...

Nessa história havia dois amantes apaixonadíssimos e que não podiam se amar...

O cavaleiro escreve à sua amada:

... Eu estarei fazendo o pedido junto com você:

Que a força do amor, que rege o universo, nos permita um dia viajar às lonjuras que separam a dama do cavaleiro de figura triste e cavalo manco.

Te amo, minha dama. E faria tudo para passar pelo menos um dia com você.

P.S .Você é a melhor coisa que já aconteceu em minha vida.


A dama, sem demora, respondeu:


Meu amor...

Que lindas palavras....

Quando eu apagar as velas, se apagar, você estará na minha mente participando de tudo dentro de mim..

Não quero que a figura desse cavaleiro seja triste, nem seu cavalo seja manco.. Pois na realidade, esse cavaleiro aí é lindo, gentil, educado, e seu cavalo um lindo cavalo branco majestoso..

E um dia, vocês(o cavaleiro e o cavalo) irão sim, até as mais distantes terras, para resgatar essa dama, que se encontra numa profunda melancolia...

A força do amor será o combustível para tão apaixonada façanha...

Essa dama aqui também te ama, querido..

E assim como você, amaria te ter por perto...

P.S. Você transformou minha vida.

Lindo, né??? E como acabará essa linda história de amor??

Só o tempo dirá...

Bjo.

Música: Romance da Bela Inês de Alceu Valença.

domingo, agosto 27, 2006

Lost in the darkness inside, in despite of the light outside...




"É bom, às vezes, se perder sem ter porque, sem ter razão.
É um dom saber envaidecer, por si, saber mudar de tom.
Quero não saber de cor, também
Para que minha vida siga adiante."


Los Hermanos.



Estou triste e isso já é o suficiente para me recolher e me calar.


Bjo.



Música: Adeus Você do Los Hermanos.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Eu te peço perdão por te amar assim tão de repente..



Soneto da Mulher Ideal

Pra fazer poesia
Tem que ter inspiração
Se forçar ..
Nunca vai ficar boa

Se não..
É como amar uma mulher só linda
E dai !??

Uma mulher tem que ter alguma coisa além da beleza
Qualquer coisa feliz
Qualquer coisa que ri
Qualquer coisa que sente saudade

Um pedaço de amor derramado
Uma beleza ...
Que vem da tristeza
Que faz um homem como eu sonhar
Tem que saber amar, saber sofrer pelo seu amor
E ser só perdão


"Eu te peço perdão por te amar assim tão de repente."


Vinícius de Moraes


Bjo.



Música: Velha Infância - Tribalistas.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Só Silêncio, Vazio e Nada...



Você consegue ouvir o silêncio???
Você consegue ver o vazio?
Você consegue tocar o nada?

Creio que, ao contrário de ontem, assim está a minha alma agora..
Só Silêncio, Vazio e Nada...


Bjo.



Música: Canção pra quando você voltar do Leoni.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Música e Literatura...



Uma música:

Eu preciso de você(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Eu preciso de você
Por que tudo que eu pensei
Que pudesse desfrutar da vida
Sem você não sei

Meu amanhecer é lindo
Se você comigo está
Tudo é mais bonito
Num sorriso que você me dá

Eu não vivo sem você
Porque tudo que eu andei
Procurando pela vida agora eu sei

Que andei sabendo
Que em algum lugar te encontraria
Pois você já era meu e eu sabia

Como a abelha necessita de uma flor
Eu preciso de você e desse amor
Como a terra necessita o sol e a chuva
Eu te preciso
E não vivo um só minuto sem você

Eu preciso de você
Porque em toda a minha vida
Nem por uma vez amei alguém assim
Você é tudo, é muito mais
Do que sonhei pra mim
E é por isso que eu preciso de você

Um poema:

"Amar:

Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
E da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei....

O amor é quando a gente mora um no outro."

Mário Quintana



É, acho que minha alma está apaixonada...
Isso a tira um pouco do vale de sombras e lágrimas em que se encontrava...


Bjo.



Música: Eu Preciso de você com Maria Bethânia.

terça-feira, agosto 22, 2006

Força para Amar, Coragem para ser Amado..




Ai! Se Sêsse...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!

(Trecho)

Zé da Luz



Ah... Se algum dia isso acontecesse
Com certeza seria uma pessoa mais feliz
Pois saberia que teria ao meu lado
Alguém que realmente me quer bem
Que me quer alegre e me quer como sou

E do seu jeito sempre me acalma

Ah... Se algum dia isso acontecesse
Teria a vida que sempre quis
Pois saberia que tinha conquistado
Alguém que consegue enxergar além
Da dor que no meu peito um dia calou


E do seu jeito, alcança a minha alma


Claudia Fernandes ®



Bjo.



Música: Ai Se Sêsse(poema do Zé da Luz) cantado pelo Cordel do Fogo Encantado.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Onde Estão as Pessoas Interessantes???




Olhar o céu é sempre gratificante...

Olhando para ele, você pode se transportar para outros espaços, tempos e formas. Num segundo.

No céu, à noite, há muitas estrelas piscando, lindas, e muitas outras estão ali também, mas sem piscar, sem luz, sem brilho.

Isso acontece igualmente na vida.

Às vezes, aquelas pessoas que aparecem muito, que brigam para brilhar de qualquer jeito, que querem ser sempre o centro das atenções, nem sempre merecem nossa confiança.

Muito provavelmente, aquelas que não brilham, que não aparecem, que ficam sempre nos bastidores têm muito mais para acrescentar.

Cansei de pessoas fúteis, iguais, materialistas, arrogantes, insensíveis, artificiais, falsas, invejosas, principalmente as que não percebam o valor e importância da natureza e dos animais...

Cadê as pessoas inteligentes, simples, que gostam de ler, sensíveis, que vivem sua vida e deixam viver, sinceras, generosas, espiritualizadas, que percebem a ligação da Terra com os animais e a profundidade que existe nas mínimas coisas?

Agradeço por ainda conhecer pessoas assim, são raras, mas conheço.

E essas faço questão de manter ao meu lado, sempre. Mesmo que só em pensamento.

Enfim...

Onde será que estão as pessoas realmente interessantes?

E uma boa segunda-feira!! (se é q isso existe.)




Bjo.




Claudia Pinelli Fernandes ®

quarta-feira, agosto 16, 2006

Jesus no Xadrez...



Jesus no xadrez...

No tempo em que as estradas
Eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas
Cruzaram a região
Entre volante e cangaço
Quando a lei era no braço
Do jagunço pau mandado do Coroné invasor
Dava-se no interior esse caso inusitado

Quando Palmeiras das Antas
Pertencia ao Capitão Justino Bento da Cruz
Nunca faltou diversão
Vaquejada cantoria
Procissão e romaria
Sexta Feira da Paixão

Na Quinta Feira Maior Dona Maria das Dores,
No salão paroquial
Reuniu os moradores
Depois de uma preleção
Ao lado do Capitão
Escalava a seleção
De atrizes e atores

Todo ano era um Jesus, um Caifás e um Pilatos
Só não mudavam a cruz, os verdurios e os maltratos
O Cristo daquele ano foi o Quincas Beija-Flor
Caifás foi Sipriano, Pilatos foi Nicanor

Duas cordas paralelas separavam a multidão
Para que pudesse entre elas caminhar a procissão
Quincas conduzindo a cruz
Foi num foi advertia
O centurião perverso
Que com força lhe batia
Era prá bater maneiro,
Bastião num entendia
Devido um grande pifão
Que tomou naquele dia
Dum vinho que o capelão
Guardava na sacristia

Cristo dizia: Ô rapaz, vê se bate devagar,
Já tô todo encalombado,
Assim não vou aguentar!
Tá com a gota pra doer,
Ou tu pára de bater ou a gente vai brigar
Jogo já essa cruz fora, tô ficando aperreado
Vou morrer antes da hora
De ficar crucificado!

O pior é que o malvado fingia que não ouvia
E além de bater com força ainda se divertia
Espiava prá Jesus, fazia pouco e dizia:
Que Cristo frouxo é você,
Que chora na procissão
Jesus pelo que se sabe
Não era mole assim não.

Eu tô batendo com pena
Você vai ver o que é bom
Na subida da ladeira da feira de Fenelon
O couro vai ser dobrado
Até chegar no mercado
A cuíca muda o tom

Naquele momento ouviu-se um grito na multidão
Era Quincas, que com raiva, sacudiu a cruz no chão
E partiu feito um maluco prá cima de Bastião
Se travaram no tabefe, Pontapé e cabeçada,
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caifás
Que até hoje não faz nem sente gosto de nada
Desmancharam a procissão,
O cacete foi pesado
São Tomé levou um tranco
Que ficou desacordado
Acertaram um cocoróto
Na careca de Timóteo
Que inté hoje é aluado

Inté mesmo São José
Que não é de confusão
Na ânsia de defender
Seu filho de criação
Aproveitou a garapa
Prá dar um monte de tapa
Na cara do Paul ladrão

A briga só terminou
Quando o doutor delegado
Interviu e separou
Cada santo pro seu lado
Desde que o mundo se fez
Foi essa a primeira vez
Que Jesus foi pro Xadrez
Mas num foi crucificado...

Chico Pedrosa.



Esse é um dos "causos" mais engraçados que eu já ouvi.. A minha dica é para quem quiser "ouvir" mesmo, não apenas ler esse cordel, procure a versão do Cordel do Fogo Encantado. Está muito boa e o Lirinha é um excelente contador de causos... Vale a pena...

Bjo.


Música: Hoje não é música, é poesia: Jesus no Xadrez com o Cordel do Fogo Encantado.

segunda-feira, agosto 14, 2006

O Meu Mar...



Leoni - Fotografia
(Leoni/Leo Jaime)

Hoje o mar faz onda feito criança
No balanço calmo a gente descansa
Nessas horas dorme longe a lembrança
De ser feliz

Quando a tarde toma a gente nos braços
Sopra um vento que dissolve o cansaço
É o avesso do esforço que eu faço
Pra ser feliz

O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar.

Quando as sombras vão ficando compridas
Enchendo a casa de silêncio e preguiça
Nessas horas é que Deus deixa pistas
Pra eu ser feliz

E quando o dia não passar de um retrato
Colorindo de saudade o meu quarto
Só aí vou ter certeza de fato
Que eu fui feliz

O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar.



Essa fotografia acima mostra o mar de minha infância, adolescência...O mar da Ribeira... Um mar onde muitas coisas aconteceram.. Em frente ao qual muitas "histórias, bebidas, sorrisos e afetos" rolaram...

Bjo.

Música: Fotografia com Leoni.

sábado, agosto 12, 2006

Talvez...



Alguém tinha uma linda casa..Decorada e arrumada exatamente como ele queria.

Alguém tinha um carro bem confortável que o levava para seu trabalho, onde ganhava um bom salário, para a academia, para aulas de música, para a faculdade(já havia feito duas, até "dotô" ele era e essa era uma pós-graduação) e para as festas de blues e rock'n'roll na cidade, que era o que ele mais se amarrava.

Alguém tinha uma família com saúde, um animal de estimação que ele adorava(Alguém é apaixonado por animais), uma pessoa que o amava demais do seu lado e que tentava a todo custo lhe fazer feliz.

Enfim, Alguém tinha uma vida perfeita.

E vivia insatisfeito, triste, infeliz sonhando com a morte e como ela iria acabar com aquele sofrimento interior.

Mas será que o problema não estava justamente aí??

Talvez o que Alguém menos precisasse naquele momento era de uma vida perfeita.

Talvez o que Alguém precisasse era de aventura, de correr riscos, de mudar de cidade, de paixão, de um pouco de loucura nessa vida.

Talvez assim, Alguém iria redescobrir o sabor de viver e voltaria a sorrir e a tentar ser feliz novamente.

Talvez....

Claudia Fernandes ®

Bjo.


Música: A Ilha da Nação Zumbi.

sexta-feira, agosto 04, 2006

War Sucks...




Está cada dia mais insuportável viver num mundo em que só se vê ganância, raiva, guerra, morte, intolerância, violência etc..

Na televisão, nos noticiários é só:
Morreram mais 30 em ataque de carro-bomba no Iraque.

E as pessoas já cansadas pensam “acostumadas”:
Mais um?

Agora a insanidade é no Líbano.

E os âncoras noticiam:
Em outro bombardeio de Israel, morrem mais 90 pessoas no Líbano, entre elas 20 crianças.

Será que vamos nos acostumar a essa guerra também? Será que esses trogloditas estão conseguindo anestesiar nossa indignação?

Ora vejamos...

Essas guerras estúpidas são em nome de quê?

Ahhh..

“Vários motivos”, diriam os defensores dessa barbárie...

Nos primórdios, foram as guerras pela propriedade, hoje ainda um câncer em qualquer sociedade.

Depois, riquezas minerais..

Posições geográficas estratégicas...

Mais recentemente armas de destruição em massa, leia-se Petróleo...

Até DEUS... Deus coitado, que nem se mete nessas questões.. Até Ele é tomado como motivo para guerras bárbaras e sangrentas.

Enquanto espíritos malignos da estirpe de Milosevic, Mussolini, Hitler, Saddam Hussein, Bush e outros estiverem presentes aqui na terra, cada um considerando seu povo superior aos demais, atuando como polícia do mundo, quando nenhuma outra nação lhe outorgou tal papel, nada mudará e as coisas só tendem a piorar e muito, pois ainda há a tecnologia, e nesse caso, ela, infelizmente, é maldita.

Acabo aqui esse desabafo, para não transmitir mais ainda a minha revolta para alguém que porventura leia esse texto.

Desculpe o pessimismo, mas é meu único ponto de vista no momento.

Boa sexta, se puder...



Claudia Fernandes ®




Música: Canção Do Senhor Da Guerra do Legião Urbana.

terça-feira, agosto 01, 2006

O Poeta Que Servia Chá Aos Fantasmas



O poeta que servia chá aos fantasmas

Uma homenagem ao centenário do poeta gaúcho Mário Quintana.

Lula Miranda

Quando estive em Porto Alegre para uma das edições do Fórum Social Mundial, aproveitei para realizar uma inadiável e tardia visita: conhecer a Casa de Cultura Mário Quintana (na foto). Assim como quem vai a Salvador é fundamental conhecer a igreja do Senhor do Bonfim ou o Pelourinho, quem vai a Porto Alegre não pode esquecer de incluir em sua agenda uma visita a esse centro de cultura e lazer, situado no prédio em tom róseo onde antes funcionava um hotel que serviu de residência, de 1968 a 1980, ao poeta Mário Quintana.

Chegar à Casa de Cultura foi uma (a)ventura cheia de encantamentos. Fui caminhando calmamente pelas ruas do centro da capital gaúcha, como que cumprindo os mesmos caminhos do velho poeta. Passei por suas vastas e bem cuidadas praças, por suas ruelas decadentes e seus paços imperiais. Seguia os passos do poeta e, com estranha complacência e carinho paternal, observava os transeuntes à minha volta. Imaginei o velho Quintana naqueles bancos de praça, em sua tranqüila solitude, lendo seu jornal diário, fumando seu inseparável cigarro e observando a gratuita poesia do cotidiano. Como um príncipe em sua serena sabedoria que só o tempo e a maturidade revelam.Seguia, curioso e respeitoso, o caminho rumo à casa do poeta.

Sempre acompanhei com muito carinho a condição daquele homem já idoso, que, com sua alma de criança, escrevia versos leves de uma singela e inefável beleza. Um grande poeta se escondia naquele “velhinho” solitário e frágil, que se abrigava num quarto de hotel. Não um hotel qualquer, mas no Hotel Majestic, também ele cúmplice e vassalo do tempo em sua beleza e majestade. Aquela casa que acolhia o poeta parecia encerrar em seus domínios, e em sua história, rara poesia.“Eu sou como um velho arqueólogo decifrando as cinzas/ de uma cidade morta” – já disse Quintana em um de seus poemas. O poeta e seus espectros. As minhas retinas, não suficientemente fatigadas pelo tempo, nada percebem.

Aos olhos de um poeta menor, um “estrangeiro”, a cidade parece ainda viva em sua urgência e pressa. Mas procuro nas sombras e nas dobras das esquinas, e do tempo, a cidade perdida do poeta Quintana. Procuro a sua poesia dispersa nos descaminhos da cidade e do olvido; a sua Porto Alegre.Seguindo seus sinais chego ao velho Majestic em sua imponência tardia. Mas chego tarde. O hóspede célebre e recôndito já não vive nesse endereço. O Hotel Majestic tampouco existe. O velho hotel cedeu espaço à casa de cultura que hoje acolhe algumas lojas e bares. Mas onde estariam os aposentos do poeta, seus vestígios? Subi alguns degraus de uma escadaria e encontrei ali uma espécie de memorial ao poeta Mário Quintana. Numa espécie de vitrine estavam dispostos alguns singelos objetos de uso pessoal, um ou outro manuscrito, alguns livros e fotos.

Fiquei por um lapso de tempo ali contemplando aquele relicário e lembrando alguns de seus poemas, como que numa prece penitente. A sensação foi similar a que sinto quando visito a igreja do Bonfim, quando vou à Bahia. Fui tomado por forte sentimento de religiosidade e fé. Saí dali fortalecido e renovado na coragem e disposição para enfrentar o mundo.

Saí do velho Majestic e retomei o caminho de volta para o meu hotel. Lembrei do lema do Fórum Social Mundial: um outro mundo é possível. Lembrei de um certo poema do velho Quintana, que hoje uso como uma espécie de mantra: “Todos esses que aí estão/ Atravancando o meu caminho,/Eles passarão.../Eu passarinho!”. Com a leveza de Quintana fica mais fácil cumprir os caminhos.Quem faz uma visita ao poeta – à sua obra ou à sua casa, afinal os poemas são a verdadeira morada do poeta – experimentará, um pequeno milagre. Os poemas são, na verdade, para todos e não só para os poetas, um abrigo – como as igrejas – que conforta e transforma.

Eis o verdadeiro milagre!

Depois que visitei a morada do poeta nunca mais fui o mesmo homem. Talvez resida aí o milagre da poesia.

Textos de Mário Quintana:

Da Vez Primeira...

Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!

O Milagre

Dias maravilhosos em que os jornais vêm cheios de poesia... e do lábio do amigo brotam palavras de eterno encanto...
Dias mágicos... em que os burgueses espiam, através das vidraças dos escritórios, a graça gratuita das nuvens...


Viva Mário Quintana!!!! Um dos meus poetas preferidos, pela forma simples que escrevia sobre o ser humano num texto de um dos meus escritores preferidos, Lula Miranda... Perfeito..

Bjo.



Música: Script of a Dead Poet do Alphaville.
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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.