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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



segunda-feira, maio 31, 2010

Lista dos Congressistas "Ficha Suja" (?)



Senadores e Deputados com "ocorrências" na Justiça e Tribunais de Contas



Senadores:

Acir Gurgacz (PDT/RO)
Alfredo Nascimento (PR/AM)
Cícero Lucena (PSDB/PB)
Eduardo Azeredo (PSDB/MG)
Epitácio Cafeteira (PTB/MA)
Fátima Cleide (PT/RO)
Fernando Collor (PTB/AL)
Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN)
Gim Argello (PTB/DF)
Inácio Arruda (PC do B/CE)
Jayme Campos (DEM/MT)
João Ribeiro (PR/TO)
João Vicente Claudino (PTB/PI)
José Agripino (DEM/RN)
Kátia Abreu (DEM/TO)
Leomar Quintanilha (PMDB/TO)
Lúcia Vânia (PSDB/GO)
Mão Santa (PSC/PI)
Marconi Perillo (PSDB/GO)
Maria do Carmo Alves (DEM/SE)
Mauro Fecury (PMDB/MA)
Mozarildo Cavalcanti (PTB/RR)
Neuto De Conto (PMDB/SC)
Raimundo Colombo (DEM/SC)
Renan Calheiros (PMDB/AL)
Renato Casagrande (PSB/ES)
Roberto Cavalcanti (PRB/PB)
Romero Jucá (PMDB/RR)
Rosalba Ciarlini (DEM/RN)
Valdir Raupp (PMDB/RO)


Nenhum baiano??? Que Orgulho, néam?

Mas como alegria de pobre dura pouco...


Deputados Federais:

Abelardo Camarinha (PSB/SP)
Abelardo Lupion (DEM/PR)
Acélio Casagrande (PMDB/SC)
Ademir Camilo (PDT/MG)
Aelton Freitas (PR/MG)
Affonso Camargo (PSDB/PR)
Albano Franco (PSDB/SE)
Alceni Guerra (DEM/PR)
Alexandre Silveira (PPS/MG)
Alfredo Kaefer (PSDB/PR)
Alice Portugal (PC do B/BA)*
Aline Corrêa (PP/SP)
Andre Vargas (PT/PR)
Andre Zacharow (PMDB/PR)
Angela Amin (PP/SC)
Aníbal Gomes (PMDB/CE)
Anselmo de Jesus (PT/RO)
Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP)
Antonio Carlos Pannunzio (PSDB/SP)
Antonio Palocci (PT/SP)
Armando Abílio (PTB/PB)
Armando Monteiro (PTB/PE)
Arnaldo Vianna (PDT/RJ)
Arnon Bezerra (PTB/CE)
Asdrubal Bentes (PMDB/PA)
Augusto Carvalho (PPS/DF)
Augusto Farias (PTB/AL)
Betinho Rosado (DEM/RN)
Beto Albuquerque (PSB/RS)
Beto Mansur (PP/SP)
Bonifácio de Andrada (PSDB/MG)
Camilo Cola (PMDB/ES)
Carlos Alberto Canuto (PSC/AL)
Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO)
Carlos Bezerra (PMDB/MT)
Carlos Brandão (PSDB/MA)
Carlos Melles (DEM/MG)
Carlos Willian (PTC/MG)
Cassio Taniguchi (DEM/PR)
Celso Maldaner (PMDB/SC)
Celso Russomanno (PP/SP)
Charles Lucena (PTB/PE)
Ciro Nogueira (PP/PI)
Cleber Verde (PRB/MA)
Clóvis Fecury (DEM/MA)
Colbert Martins (PMDB/BA)
Dagoberto (PDT/MS)
Dalva Figueiredo (PT/AP)
Darcísio Perondi (PMDB/RS)
Décio Lima (PT/SC)
Dilceu Sperafico (PP/PR)
Domingos Dutra (PT/MA)
Edinho Bez (PMDB/SC)
Edmar Moreira (PR/MG)
Edson Ezequiel (PMDB/RJ)
Eduardo Cunha (PMDB/RJ)
Eduardo Gomes (PSDB/TO)
Eduardo Sciarra (DEM/PR)
Eliene Lima (PP/MT)
Eliseu Padilha (PMDB/RS)
Elismar Prado (PT/MG)
Emanuel Fernandes (PSDB/SP)
Ernandes Amorim (PTB/RO)
Eugênio Rabelo (PP/CE)
Eunício Oliveira (PMDB/CE)
Fábio Faria (PMN/RN)
Fernando Coruja (PPS/SC)
Fernando de Fabinho (DEM/BA)
Fernando Gonçalves (PTB/RJ)
Fernando Lopes (PMDB/RJ)
Fernando Marroni (PT/RS)
Fernando Melo (PT/AC)
Flaviano Melo (PMDB/AC)
Francisco Rodrigues (DEM/RR)
Francisco Rossi (PMDB/SP)
Francisco Tenorio (PMN/AL)
Geraldo Pudim (PR/RJ)
Geraldo Simões (PT/BA)
Gervásio Silva (PSDB/SC)
Giacobo (PR/PR)
Gladson Cameli (PP/AC)
Guilherme Campos (DEM/SP)
Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN)
Henrique Fontana (PT/RS)
Hugo Leal (PSC/RJ)
Íris de Araújo (PMDB/GO)
Íris Simões (PTB/PR)
Jackson Barreto (PMDB/SE)
Jader Barbalho (PMDB/PA)
Jairo Ataide (DEM/MG)
Janete Capiberibe (PSB/AP)
Jefferson Campos (PSB/SP)
Jerônimo Reis (DEM/SE)
João Magalhães (PMDB/MG)
João Matos (PMDB/SC)
João Oliveira (DEM/TO)
João Paulo Cunha (PT/SP)
João Pizzolatti (PP/SC)
Joaquim Beltrão (PMDB/AL)
Jofran Frejat (PR/DF)
Jorge Boeira (PT/SC)
Jorginho Maluly (DEM/SP)
José Airton Cirilo (PT/CE)
José Carlos Machado (DEM/SE)
José Carlos Vieira (PR/SC)
José Fernando Aparecido de Oliveira (PV/MG)
José Genoíno (PT/SP)
José Guimarães (PT/CE)
José Linhares (PP/CE)
José Maia Filho (DEM/PI)
José Mendonça Bezerra (DEM/PE)
José Mentor (PT/SP)
José Otávio Germano (PP/RS)
Joseph Bandeira (PT/BA)
Jovair Arantes (PTB/GO)
Julião Amin (PDT/MA)
Júlio Cesar (DEM/PI)
Julio Semeghini (PSDB/SP)
Jurandil Juarez (PMDB/AP)
Laerte Bessa (PSC/DF)
Laurez Moreira (PSB/TO)
Leandro Sampaio (PPS/RJ)
Leandro Vilela (PMDB/GO)
Leo Alcântara (PR/CE)
Lindomar Garçon (PV/RO)
Lira Maia (DEM/PA)
Luiz Bittencourt (PMDB/GO)
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB/ES)
Luiza Erundina (PSB/SP)
Lupércio Ramos (PMDB/AM)
Manoel Junior (PMDB/PB)
Manoel Salviano (PSDB/CE)
Marçal Filho (PMDB/MS)
Marcelo Melo (PMDB/GO)
Marcelo Ortiz (PV/SP)
Marcelo Teixeira (PR/CE)
Márcio França (PSB/SP)
Marcio Junqueira (DEM/RR)
Marcos Medrado (PDT/BA)
Marcos Montes (DEM/MG)
Maurício Quintella Lessa (PR/AL)
Maurício Trindade (PR/BA)
Mauro Nazif (PSB/RO)
Michel Temer (PMDB/SP)
Moises Avelino (PMDB/TO)
Natan Donadon (PMDB/RO)
Nazareno Fonteles (PT/PI)
Nelson Bornier (PMDB/RJ)
Nelson Goetten (PR/SC)
Nelson Meurer (PP/PR)
Nelson Trad (PMDB/MS)
Neudo Campos (PP/RR)
Nilmar Ruiz (PR/TO)
Odílio Balbinotti (PMDB/PR)
Olavo Calheiros (PMDB/AL)
Osvaldo Reis (PMDB/TO)
Pastor Pedro Ribeiro (PR/CE)
Paulo Magalhães (DEM/BA)
Paulo Maluf (PP/SP)
Paulo Pereira da Silva (PDT/SP)
Paulo Rattes (PMDB/RJ)
Paulo Rocha (PT/PA)
Pedro Eugênio (PT/PE)
Pedro Henry (PP/MT)
Pedro Wilson (PT/GO)
Pinto Itamaraty (PSDB/MA)
Pompeo de Mattos (PDT/RS)
Professor Ruy Pauletti (PSDB/RS)
Professora Raquel Teixeira (PSDB/GO)
Raul Jungmann (PPS/PE)
Rebecca Garcia (PP/AM)
Renato Amary (PSDB/SP)
Renato Molling (PP/RS)
Roberto Balestra (PP/GO)
Roberto Britto (PP/BA)
Roberto Rocha (PSDB/MA)
Rogerio Lisboa (DEM/RJ)
Rogério Marinho (PSDB/RN)
Rômulo Gouveia (PSDB/PB)
Sabino Castelo Branco (PTB/AM)
Sebastião Bala Rocha (PDT/AP)
Sérgio Moraes (PTB/RS)
Sergio Petecão (PMN/AC)
Silas Brasileiro (PMDB/MG)
Silas Câmara (PSC/AM)
Silvio Lopes (PSDB/RJ)
Silvio Torres (PSDB/SP)
Simão Sessim (PP/RJ)
Solange Almeida (PMDB/RJ)
Sueli Vidigal (PDT/ES)
Takayama (PSC/PR)
Tatico (PTB/GO)
Thelma de Oliveira (PSDB/MT)
Tonha Magalhães (PR/BA)
Uldurico Pinto (PHS/BA)
Urzeni Rocha (PSDB/RR)
Vadão Gomes (PP/SP)
Valdemar Costa Neto (PR/SP)
Vander Loubet (PT/MS)
Vic Pires Franco (DEM/PA)
Vicentinho Alves (PR/TO)
Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB)
Vitor Penido (DEM/MG)
Walter Ihoshi (DEM/SP)
Wellington Roberto (PR/PB)
Wilson Picler (PDT/PR)
Wladimir Costa (PMDB/PA)
Zé Gerardo (PMDB/CE)
Zé Vieira (PR/MA)

*Porra, Alice! :o)




Para mais detalhes, consulte o site WWW.EXCELENCIAS.ORG.BR





Sobre esse caso do Ficha Limpa, cuja petição eu assinei, quero que fique bem claro, gostaria de sugerir duas colocações.

A primeira é que, estar nesta lista acima, não quer dizer que essas pessoas não possam ter tido apenas um processo sem maior importância, como brigar com o vizinho, por exemplo, o que certamente não macularia nem um pouco sua vida política.

E segundo, que no Brasil, até as mais iluminadas idéias tem seu equivalente sombrio. Raciocine comigo: num país em que sentenças são encomendadas e juízes comprados diariamente, pense que poderá começar a acontecer um outro fenômeno típico brazuca:

Joãozinho é rival político de Zezinho.

Mas é amigo pessoal dos juízes Juquinha, Huguinho e Luizinho, dentre outros.

Joãozinho quer f... com Zezinho.

O que ele faz?

Processa Zezinho por qualquer coisa, assim ele vai ser julgado por um desses magistrados acima.

Zezinho, claro, vai recorrer da decisão, levando o processo para um tribunal (conjunto de juízes).

Pronto.

Joãozinho f... com Zezinho.




Bem, só quis fazer aqui o papel do advogado do diabo. Nada além disso.

Espero que reflitam sobre isso.



Um bjo,


Claudia Fernandes.






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segunda-feira, maio 24, 2010

A fome de Marina


Marina Silva (foto tirada da internet)


A FOME DE MARINA

Por José Ribamar Bessa Freire*

Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o presidente Lula da Silva, justificando: “Lula é analfabeto”. Por isso, o cantor baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em Marina para presidente, “porque ela tem cara de quem está com fome”.

Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.

Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.

Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e enxudiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem iletrados e subnutridos, estariam despreparados.

Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos. Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas famélicos e desescolarizados.

De um lado, reforçam a idéia burra e cartorial de que o saber só existe se for sacramentado pela escola e que tal saber é condição sine qua non para o exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está com fome carece de qualidades para o exercício da representação política.

A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos, dessa vez pisou na bola. Feio. “Venenosa! Êh êh êh êh êh! / Erva venenosa, êh êh êh êh êh! / É pior do que cobra cascavel / O seu veneno é cruel…/ Deus do céu! / Como ela é maldosa!”.

Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse Brasil profundo que os silvas representam.

A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus vestidos longos e seu inevitável xale?
Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser delineada. Se for fome, é fome de quê?

O mapa da fome:

A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou. Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre.

Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus irmãos não agüentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade infantil.

Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.

A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e escrever.

Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica, lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e depois ajudou a construir o PT.

Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco, quando devolveu o dinheiro das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.

Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e estimular o manejo florestal.

Combateu, através do IBAMA, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5 mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.

Tudo vira bosta - Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee - a descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do partido: tudo vira bosta”.

Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra música - ‘Se Manca’ - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca, neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca”.

Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de suas músicas - ‘Você vem’ - ela faz autocrítica antecipada, confessando: “Não entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem… e faz piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/ Eu não queria magoar você”.

A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, “ela tem cara de professora de matemática e mete medo”. Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.

Deixa ver se eu entendi direito:

Marina não serve porque tem cara de fome.

Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos, hipotenusas, senos e co-senos.

Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro.

Sobra quem?

Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou), vamos ressuscitar, então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões multi-bolsos? Como diriam os franceses, “il péte de santé”.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil…

Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência, da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso país.

Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar nela. Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.



(*) Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ)e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social
(UNIRIO)


Aqui uma entrevista que ela deu para a CBN:


CBN - A rádio que toca notícia - Jornal da CBN



Diante da eterna situação do Brasil meio ao estilo: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, a Marina pode ser uma boa pedida.



Claudia.






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domingo, maio 16, 2010

O vulcão de nome impronunciável como você nunca viu!

Iceland, Eyjafjallajökull - May 1st and 2nd, 2010 from Sean Stiegemeier on Vimeo.




Não é demais?


Claudia.







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sexta-feira, maio 14, 2010

Uma noite de sonho com a Neojibá!


Foto: Neojibá


Hoje fui ver, no TCA, um concerto da Neojibá, Orquestra Juvenil 2 de Julho, com direção musical do maestro Ricardo Castro. Infelizmente fico devendo o nome do regente.

Uma apresentação simplesmente Arrebatadora e Inesquecível!

Mas como estamos na Bahia, e aqui nada se faz sem a presença do axé ou dos seus músicos mais representativos, uniram com essa sensacional orquestra, o percussionista Carlinhos Brown.

Nada contra o Brown, e em princípio, achei que ele iria levar para o encontro o que sabe fazer melhor, tocar percussão.

Primeiro tocou a orquestra. Maravilhosa! E eu, como é de costume, chorei copiosamente numa dos movimentos. Depois de uma viagem linda pelo mundo dos duendes (não me pergunte o porquê, mas numa das músicas, me vi transportada para um lugar lindo, cheio de duendes), entra um pequeno palco, com um timbal colorido, e logo após ele, Carlinhos Brown. Como já disse, achei que seria o encontro do melhor de cada uma das partes.

Mas isso não aconteceu. O pequeno palco de Mr. Brown ficou quase que de enfeite, pois ele cantou(?), tocou violão(?), fez três rodas de aço girarem no palco(?), puxou o saco descaradamente do governador, enfim, um show man(?), mas afinal, e a percussão? Esta se restringiu a uns batuques bem tímidos ao final da apresentação. Sinceramente, não estava muito a fim de ver o Brown cantor, nem o Brown violonista, e muito menos o Brown malabarista. Mas foi o que rolou. Infelizmente.

Até entendo a intenção de unir a Neojibá com Carlinhos Brown, mas devo confessar que me perguntava o tempo todo o que ele estava fazendo ali.

Se a idéia era unir o erudito ao popular, creio que a Neojibá em si já bastava, pois eles mesmos conseguiram sozinhos dar um toque popular e particular ao espetáculo.

A Neojibá tocou obras lindas como: Candide Overture, de Leonard Bernstein¹, Huapango de José Pablo Moncayo², Kabbalah de Marlos Nobre³ e Suíte Estância de Alberto Ginastera*.

Mas ao mesmo tempo, tocaram também clássicos do cancioneiro nacional como Tico-tico no fubá, de Zequinha de Abreu e Asa Branca, obra-prima de Luís Gonzaga, em arranjos magníficos.

E como um plus, os músicos, enquanto estão tocando, fazem uma perfomance divertida de coreografias bem populares durante a apresentação.

A Neojibá mantem uma dinâmica original e interessante durante o concerto. Atrela música de primeira, uma correta escolha de repertório com músicos excepcionais e que ainda dançam! Ao estilo das melhores Orquestras juvenis, como a de Caracas, que pode ser vista no vídeo 4 abaixo.

Os jovens da orquestra tocam como gente grande. Nem sei se deveria escrever isso, pois muitos deles já são alunos da Faculdade de música da UFBA. Mas que soe como um claro elogio, nada além disso.

Enfim, o show foi muito bacana, e saí de lá encantada com essa Orquestra juvenil que de jovens só tem a faixa etária dos músicos, pois parecem velhos profissionais que por sua vez já podem se comparar a titulares de grandes orquestras do mundo.


Parabéns a eles!


Bravíssimo!




P.S. A apresentação deles, junto com Carlinhos Brown e o coral Água viva, no Teatro Castro Alves, fez parte da comemoração dos 39 anos da EMBASA (Empresa Baiana de Saneamento).






Uma canja da Neojibá:

Vídeo da Neojibá (2 de Julho Youth Orchestra under Ricardo Castro in July 2008) executando L'Oiseau de Feu de Igor Stravinsky - 2 de Julho Youth Orchestra under Ricardo Castro in July 2008



Aqui estão os vídeos das obras citadas acima:


¹ Candide Overture, de Leonard Bernstein, London Symphony Orchestra Regência: ele mesmo



² HUAPANGO de José Pablo Moncayo, Berlin Philarmonic, Regência: Plácido Domingo




³ Kabbalah de Marlos Nobre, Academic Orchestra of The Winter Festival of Campos do Jordão Regência: Roberto Minczuk




* Suíte Estância de Alberto Ginastera, Orquestra Iberoamericana de Caracas Regência: Gustavo Dudamel







E para os soteropolitanos e/ou quem estiver por aqui na ocasião, dia 30 de maio de 2010, domingo, a Neojibá tocará no TCA, a 1 real!


Recomendadíssimo!


IMPERDÍVEL!


Beijo,




Claudia Fernandes.







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segunda-feira, maio 03, 2010

Quando uma imagem vale mais que mil palavras...







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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.