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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



sexta-feira, dezembro 05, 2008

COMEÇAR DE NOVO


COMEÇAR DE NOVO


Eu tinha medo da escuridão

Até que as noites se fizeram longas e sem luz

Eu não resistia ao frio facilmente

Até passar a noite molhado numa laje

Eu tinha medo dos mortos

Até ter que dormir num cemitério

Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires

Até que me deram abrigo e alimento

Eu tinha aversão a Judeus

Até darem remédios aos meus filhos

Eu adorava exibir a minha nova jaqueta

Até dar ela a um garoto com hipotermia

Eu escolhia cuidadosamente a minha comida

Até que tive fome

Eu desconfiava da pele escura

Até que um braço forte me tirou da água

Eu achava que tinha visto muita coisa

Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas

Eu não gostava do cachorro do meu vizinho

Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar

Eu não lembrava dos idosos

Até participar dos resgates

Eu não sabia cozinhar

Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome

Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras

Até ver todas cobertas pelas águas

Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome

Até a gente se tornar todos seres anônimos

Eu não ouvia rádio

Até ser ela que manteve a minha energia

Eu criticava a bagunça dos estudantes

Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias

Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos

Agora nem tanto

Eu vivia numa comunidade com uma classe política

Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora

Eu não lembrava o nome de todos os estados

Agora guardo cada um no coração

Eu não tinha boa memória

Talvez por isso eu não lembre de todo mundo

Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos

Eu não te conhecia

Agora você é meu irmão

Tínhamos um rio

Agora somos parte dele

É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio

Graças a Deus

Vamos começar de novo.



Anônimo *



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Precisamos perceber, o mais rápido possível, que catástrofes naturais, como a que ocorreu em Santa Catarina, podem afetar qualquer um a qualquer instante. A natureza está insatisfeita com a estupidez humana já faz um tempo. Desmatamento, queimadas, aumento de CO2 na atmosfera, crescimento desordenado das cidades, só para citar alguns exemplos.

Casos não nos faltam para comprovar esse fato. Tsunami no Índico, queimadas nos Eua, desmatamento na Amazônia, aquecimento global, guerras injustificáveis, matança de animais para fins lucrativos somente, inundações na Argentina, agora essa de grandes proporções aqui no Brasil, etc...

Portanto, não pense que você, ou eu, fazendo parte dessa raça tão inferior, está livre de sofrer com esse tipo de aviso. Devemos sim mudar esse corportamento virulento de sempre acabar destruindo tudo que nos rodeia. Só assim, talvez, sejamos redimidos dessa falta, que na verdade, tem nos feito mais reféns dessa natureza, que sabe ser terrorista quando precisa, do que seu senhor e mestre soberano.

Esse texto* acima foi escrito por um argentino por ocasião da enchente em seu país.

Não deixa de ser uma lição.



Claudia Fernandes





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My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.