Após cinco meses de obras – dois a mais do que o previsto – o Mercado do Rio Vermelho, ou do Peixe, como é mais conhecido pela população, será reinaugurado nesta sexta-feira, 10. Os permissionários dos 36 boxes comemoram as melhorias no espaço. Pescadores e caminhoneiros, entretanto, se dizem alijados do processo de revitalização e temem pelo destino das categorias.
Orçada em R$ 3 milhões, a obra, na manhã de quarta, 8, estava concluída na parte dos boxes, onde permissionários se reuniram para receber as chaves das suas unidades. A parte urbanística, como calçamento e canteiros, no entanto, ainda estava longe de ficar pronta. Muitos operários trabalhavam tentando finalizar tudo até a inauguração, marcada para as 18 h desta sexta.
Presidente da Associação de Permissionários do Mercado do Rio Vermelho, Antônio Nunes Ferreira, garantiu que a categoria está satisfeita com os boxes. Ao todo são 36boxes – com 9 ou 18 metros quadrados – que abrigarão os 30 permissionários que já atuavam no local.
Durante seis meses, os permissionários ficaram instalados provisoriamente no Largo da Mariquita. “Enfrentamos sol, chuva e movimento ruim. Sabíamos que passaríamos por isso. Essa reforma foi resultado de dez anos de luta. Antes, eu tinha vergonha de abrir meu boxe”, comemora o presidente da associação.
Com 20 anos de mercado, Alex Nunes, 30, conta que veio lágrimas aos olhos quando viu a antiga estrutura ser demolida. “Agora sinto como se um ente querido tivesse voltado”, assegura Alex.
Ele se mostra otimista com a recuperação do mercado. “Vai voltar aos tempos áureos, frequentado por casais, pelo pessoal da faculdade, do bate-papo do futebol e da política. Pessoas que saem da festa e vão comer um mocotó”, espera Alex Nunes.
Pescadores - Se o clima é de otimismo entre os permissionários, o mesmo não pode ser dito em relação a pescadores e caminhoneiros. A nova estrutura dos boxes e o novo calçamento contrastam com a rústica cabana que abriga a Colônia de Pescadores Z1 – Núcleo Mariquita.
Um dos diretores do núcleo que congrega cerca de 50 pescadores, Almir Soares de Albergaria, conta que o abrigo existe há cerca de 40 anos, construído pelos próprios homens do mar. Hoje, porém, eles estão impedidos de fazer benfeitorias no espaço.
“Proibiram e nós temos medo de meter mão, gastar dinheiro e depois ser embargado”, explica Albergaria. Segundo ele, muitas promessas de revitalização foram feitas, mas nenhuma concretizada.
Após amargar queda nas vendas de cerca de 80% nos últimos seis meses, ele acredita que os pescadores possam se beneficiar com a reinauguração do Mercado do Peixe. “Pelo lado social, tem os que querem expurgar do Rio Vermelho os pobres e pretos”, ressalta.
Por Amélia Vieira para A TARDE
Fonte: A Tarde
Vamos lá tomar um suquinho de cevada?? (como se eu gostasse...)
Antônio Nunessss!!
Bjo.
Claudinha.
Visite também:
Prosaicos Poemas
Omnes Angeli
Nenhum comentário:
Postar um comentário