O governador Rogério Rosso discursa na Câmara Legislativa em sua posse (FOTO: ANDRPE DUSEK/AE)
Governador heavy metal quer o Wacken em Brasília
Marcelo Moreira
Um roqueiro fissurado por heavy metal tentando resgatar a credibilidade de um governo esfacelado por conta de múltiplas denúncias de corrupção. “O rock pesado ajuda a superar as dificuldades”, diz Rogério Schumann Rosso, 42 anos, que encerra seu mandato-tampão neste mês como governador do Distrito Federal.
Desde abril chefiando o Executivo brasiliense, ainda encontrou tempo para ir ao Wacken Open Air, o maior festival de metal do mundo, na Alemanha. “Fiquei maravilhado com a organização e com o empenho em fazer um evento gigantesco dar certo. Se tivesse mais tempo de mandato com certeza tentaria agendar uma edição brasileira do festival em Brasília já em 2011.”
Baixista, tecladista e guitarrista, Rosso ainda consegue de vez em quando reunir amigos em seu estúdio particular para fazer versões de bandas clássicas – é fã ardoroso de Dio, Whitesnake e Iron Maiden. Vez por outra cede sem custos o espaço para músicos brasilienses sem condições de bancar uma gravação profissional.
“Cresci ouvindo o que de melhor o rock produziu – Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Whitesnake, Dio – e quase me tornei músico profissional. Acho que levo jeito (risos)”, diz o governador nascido no Rio de Janeiro, autor de uma música em homenagem aos 50 anos de fundação de Brasília.
Os reflexos na área cultural em seu governo são evidentes, com mais espaço nos órgãos oficiais na divulgação de shows, exposições, peças de teatro e locais alternativos para exibição de filmes.
Quem já o viu em ação com um baixo ou guitarra na mão diz que Rosso manda bem. Antes de ser suplente de deputado federal e de assumir o governo distrital chegou a tocar em alguns lugares e divulgar trabalho próprio sob o nome de R. Schumann.
Bomba nas mãos
Hobby? Até pode ser em alguns momentos, mas o fato é que o governador usa a música para equilibrar o dia a dia pesado de uma administração pública destroçada por acusações de corrupção.
Ele substitui José Roberto Arruda (DEM), apeado do poder acusado de implantar uma versão brasiliense do mensalão que turvou a atuação da Câmara dos Deputados em 2005. Arruda, o vice-governador, secretários de governo e deputados distritais teriam recebido dinheiro de empresas interessadas em fazer negócios de forma escusas no Distrito Federal.
O ex-governador ficou 60 dias detido e acabou renunciando, o mesmo acontecendo com o vice e deputados distritais em condições de assumir o cargo.
Em uma articulação política inédita, teve seu nome apresentado à Câmara Distrital como candidato a governador-tampão entre abril e dezembro de 2010, fruto de uma ideia do deputado federal Tadeu Filippelli, do PMDB – partido de Rosso. O roqueiro recebeu 13 dos 24 votos dos deputados.
“É evidente que não é a melhor das condições para governar, mas assumi o desafio e creio que estou deixando uma situação bem melhor do Distrito Federal do que encontrei. A partir de janeiro começo a pensar no que vou fazer e onde procurar emprego”, diz o bem-humorado governador.
É possível que o governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), se interesse por encampar a ideia de Brasília sediar uma edição sul-americana do Wacken Open Air? “Perfeitamente. O Queiroz é moderninho, é inteligente e sabe que um evento desta magnitude é benéfico para a imagem da cidade.”
E não titubeia ao bancar a capital federal como sede deste e de outros festivais internacionais de rock. “Brasília tem rede hoteleira de primeiro nível, assim como transporte e gastronomia de qualidade. Os investimentos que serão feitos para a Copa do Mundo de 2014 só vão melhorar o que já é bom. Se depender de mim Brasília terá o Wacken em breve.”
Fonte: O Estadão
Taí, um político com um diferencial considerável...
Stay heavy!!
Bjo,
Claudinha.
2 comentários:
Hhaha não sabia que o Rosso era roqueiro!! Já conheço uma boa qualidade dele então!! bjs
Pois é, menina...
Gostei muito de saber disso tb.
Bjk.
Postar um comentário