De repente, deu vontade de escrever.
Não por estar me sentindo bem ou em um momento fofo de minha vida, mas pelo contrário, estou passando por uma crise de depressão peso médio que se não posso chamar de "A pior da minha vida", também tem seus méritos sombrios de fazer tremer os mais incautos.
Como estou trabalhando em casa, isso, creio eu e meu psy, ajudou a iniciar um período de calmaria que foi se transformando em uma completa incapacidade de me mexer, de tomar iniciativas, de querer sair da cama, uma imobilidade sem fim.
Minha vida se tornou torrar dinheiro online na Sephora com perfumes, ver filmes e lutas da UFC na Sky, ler uma Vogue inteira em um dia, me aninhar com meus bichinhos e otras cositas mais sem a menor importância. Nem internet me interessa mais. Estou achando tudo tão chato e sem graça na rede. Tenho entrado tão pouco e saio bem rápido.
Só me alegro e saio dessa imobilidade atroz quando meu amor e fiel escudeiro, Júnior, está por perto. Não sei bem, mas muito mais por causa dele do que de mim.
Trabalho e faço tudo isso de madrugada, durmo o dia inteiro e quando a noite chega e com ela, Júnior, faço um pouco de conta que nada está acontecendo.
Acabei de me mudar para uma casa muito bacana, com jardim, piscina, banheira de hidromassagem e o escambal. Decorei-a todinha do meu jeito e, modéstia à parte, ficou lindinha. Até ganhei um carro novo. Ufa!
Nunca fui a maior defensora da felicidade vazia, da ditadura da alegria, do "Está tudo ótimo". Mas cadê aquela pouca alegria que estava aqui? A disposição que eu tinha?
Sumiu. Não consigo encontrar. Nem uma sombra delas.
Quando minha mãe faleceu, ouvi muitas pessoas dizerem: "Com o tempo, melhora. Você vai seguir com sua vida." Acreditei. De verdade.
Mas quanto mais o tempo passa, sinto que minha vida perdeu o sentido, a motivação para tudo que eu fazia. Porque eu fazia tudo só esperando para ouvir a opinião dela.
Esse vazio não passou. Não melhorou, só piora. Não há uma trégua.
Sinto a falta dela, física mesmo.
Sou espiritualista, sei que ela não morreu, que hoje é um espírito, que deve estar bem, pois era uma pessoa maravilhosa em vida, sei disso tudo. Blá, blá, blá... Mas a falta é física, não tem nada de espiritual nisso. A dor que essa falta faz também.
Ela não era apenas minha mãe. Ela era minha melhor amiga e confidente, para quem eu ligava 3, 4 vezes por dia para contar as novidades. Minha voz emudeceu.
Por exemplo, não faço questão de curtir meu carro, porque não posso levá-la para passear...
Decorar uma casa para mostrar a quem?
Espero que seja uma fase como algumas outras que já passaram por mim.
E que amanhã seja um novo dia. Sem escuridão, tristeza ou indiferença com a vida que me foi dada. Mas com luz, alegria e principalmente, vontade de sair, ver o sol, sorrir, chorar de emoção, enfim, de viver.
Bjo,
Claudinha.
2 comentários:
Goostei muuuito *-*'
muito top *-*'
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