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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



terça-feira, janeiro 14, 2014

Rolêzinhos polêmicos




Essa é a minha opinião sobre os "rolêzinhos"

Em primeiro lugar, quero sublinhar que qualquer tipo de discriminação, seja ela de raça, de classe, de gênero, etc. é inaceitável e precisa ser sempre combatida por todas as pessoas com o mínimo de discernimento. E que barrar qualquer pessoa na entrada de um shopping pela aparência também é um abuso.

Mas, querer transformar um fato como esse em questão de racismo (brancos e negros) ou de luta de classes (pobres e ricos) é subestimar a inteligência do cidadão, chegando a ser simplistamente patético. 

Por que tudo precisa girar em torno desse questionamento maniqueísta, e muitas vezes, oportunista? E por que tanta petulância, por parte de uma galera, ao achar que se fulano tem uma opinião contrária à dela, é que ele apenas "não entendeu" a complexidade do assunto. Fulano não pode ter entendido muito bem essa "complexidade" e apenas ter uma opinião diferente da sua? Isso é de lascar...

Nesse episódio, tão amplamente discutido (fico pensando aqui com meus botões qual seria a real motivação de tamanha celeuma), as "raças" e as classes estão dos dois lados desse "embate histórico". Não há brancos x negros ou pobres x ricos. Os dois lados estão no mesmo barco furado. Logo, onde haveria a discriminação?

O fato aqui se concentra simplesmente no momento em que alguém vai ao shopping, seja dono de empresa ou gari, branco ou negro, pobre ou rico, tenha ido de Ferrari ou de ônibus, curta pagode ou heavy metal, e quer, depois de um dia de trabalho, sentar com sua família, seu namorado, seus amigos, para conversar, lanchar, passear ou comprar em paz.

Esse alguém não quer ser obrigado a estar ao lado de centenas (às vezes, até mais de um milhar) de adolescentes, sejam eles filhos de um empresário ou de um gari, brancos ou negros, pobres ou ricos, tenham ido de Ferrari ou de ônibus e que, de uma forma ou de outra, impõem o seu tipo de música, nesse caso, o funk, aos berros. Até porque se quisesse estar num ambiente com muita gente e com muito barulho, não teria escolhido um shopping, mas um baile funk, um jogo clássico de futebol ou um show de rock.

Sem falar que esse alguém escolhe ir a um shopping para tentar evitar ser vítima de crimes, tão familiares a todos nós, que ocorrem diariamente nas ruas, como furto, agressão e vandalismo (crimes estes muito pouco coibidos por nossa exímia polícia), ações que ocorreram, de fato, em alguns casos relacionados com os tais rolês. (pesquisem mais e confirmarão este dado.)

Mas toda essa verborragia é para dizer que o ocorrido não tem absolutamente nada a ver com cor da pele, classe social ou ainda a defesa dos "templos ou impérios do consumo". Dá para entender?

Analisemos "en passant" os principais pontos:

Problema 1: aglomeração de centenas de pessoas (não importa cor, raça, religião, gênero etc.) juntas ao mesmo tempo, em um ambiente que não os comporta de forma confortável.

Possível solução: por que tem que ser uma multidão? Nada aconteceria se fossem grupos pequenos. Quem quer se reunir em multidão, sem outro objetivo que não o de "tocar o terror", não vai a um shopping, local geralmente inadequado para esse fim.

Problema 2: Os adolescentes querem protestar contra o consumo e os rolês seriam movimentos sócio-culturais. Oi?

Possível solução: Que tal protestar em praças depredadas, bibliotecas sucateadas? Protestar por melhores escolas e por professores mais bem pagos e melhor preparados? 
Não posso acreditar num protesto em que os ativistas desejam o próprio objeto do protesto, o consumo. É isso? Seria, mutatis mutandis, protestar contra os homicídios e querer ser assassinado. 

Problema 3: berrar um tipo de música como se todo mundo tivesse a obrigação de gostar dele.

Possível solução: educação, civilidade e fones de ouvido. Ouça seu som e deixe os outros em paz. 

Problema 4: pessoas inocentes misturadas com baderneiros sendo brutalmente atacadas por uma polícia despreparada e ineficiente.

Possível solução: mudança radical na estrutura das polícias urgentemente para ontem.

Problema 5: donos de shoppings e lojistas preocupados com o fato dessas ações macularem a imagem de segurança desses empreendimentos.

Possível solução: sinceramente, não estou muito interessada. Creio que eles já estão tomando suas providências.

Agora, chamar quem é contra essa baderna generalizada e sem controle de "coxinha" ou de reacionário é muito fácil, pobre argumentativamente falando, além de hipócrita pacas.

Queria ser uma mosquinha para poder ver os mesmos cabeças marxistas de carteirinha que acham super "cool" estes rolêzinhos, quando eles estivessem num shopping, no momento em que essa horda de gente adentrasse o recinto gritando e pulando...

Ou todos virariam "coxinhas" assumidos e esconderiam seus relógios, Iphones, carteiras e bolsas numa fração de segundo e exclamariam: "Meu Deus, que confusão é essa? É arrastão? Segura na mão da Fernandinha para ela não se perder, amor..." 

Ou será que olhariam para aquele fuzuê de brancos e negros, pobres e ricos (porque nesse caso específico, não houve qualquer distinção), todos paramentados com chapéus e tênis de marca e diriam cegos pela hipocrisia e pseudo-intelectualidade: "Que coisa linda, essa é a massa de oprimidos do nosso país reivindicando a sua inclusão social"?





Bjo,


Claudinha.

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You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.