A ansiedade bate à janela
E também um pássaro grená
Ela vende a aflição como bela
Ele, tenta chamar a atenção dela
Para a armadilha na qual cairá
Como suscitam uma questão
A astuta ansiedade e o pássaro amigo
Ela traz amargura, ele, o coração
E ao cair da noite e da escuridão
A dúvida cria um ar de perigo
Na sala, sua família vê televisão
Ela está só no quarto escuro e gelado
A porta trancada só aumenta a solidão
Um cheiro de mofo, uma sensação
Que torna aquilo ainda mais desejado
Lá fora, o vento tem um plano:
Ajudar o desespero a abrir a porta
Como num ritual cinza e profano
Na sala, o cão late nervoso, insano
No quarto, ela, fria, jaz morta.
Claudia Fernandes
Bjo.
Música: Theatre of Tragedy - Venus.
10 comentários:
Como uma ópera. Trágico e belo.
beijos
Seu poema me levou para outra época. Para os tempos de Cruz e Souza, para os primeiros poemas de Vinícius, para Augusto dos Anjos. Ùmido, noturno, soturno e belo.
Cantábile e Fugu, queridas..
Muito obrigada pelo carinho..
Bjo.
Oi, belo post! Aproveito para convidar você a fazer uma visitinha no meu Cara Que Teres! Postei um novo texto, apareça e deixe suas impressões. Abraço.
Clementine - http://caraqueteres.blogspot.com/
Fecho com a condessa, e achei muito consistente teu poema, queria poder escrever assim. Muito bom.
Muito obrigada, caro Ricardo..
Fico muito feliz q tenha gostado..
Bjk.
Oi, só estou passando para agradecer o comentário e convidar para ver o texto que acabei de postar. Um abraço!
Clementine
Que coisa, o poema vai num crescente e te leva a crer em algumas coisas ... de repente te dá uma rasteira enorme e você quase morre que nem a protagonista, mas de susto ... rs
massa, adorei!
bom mesmo
beijo
;-)
Você está escrevendo cada dia melhor, menina! Um belo poema, sem dúvida.
E a foto é linda, instigante.
Minha querida,
belíssimo o teu poema. Gostei muito.
Mas o que adorei mesmo foi a fotografia das sombras e cor.
Linda!
Beijos,
Miguel
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