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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



sábado, junho 30, 2007

Momento de pessimismo - Parem o mundo que eu quero descer!!!!




Logo eu que sempre me achei uma pessoa com uma inteligência razoável...

Logo eu que acreditava que era impossível ser enganada com promessas falsas...

Logo eu que costumava ser desconfiada, mantendo sempre o pé atrás...

Logo eu que afirmava que a direita era podre e que a mudança viria com a esquerda no poder...

Logo eu que sempre tive fé que a educação um dia seria prioridade...

Logo eu que sonhava com menos violência e mais igualdade...

Logo eu que insistia em acreditar...

Logo eu que ainda resistia...

Logo eu que...

Logo eu...


Eu estou extremamente decepcionada, frustrada, perplexa, triste mesmo com tudo o que está acontecendo no país. Estou me sentindo como uma idiota, bancando a palhaça num circo de horrores que não quero para mim. Não que a elite ("direita") que governava o país antes não continue a mesma podridão, em meu humilde conceito... E na verdade, nem deveria falar em traição, decepção, porque nada disso existiu, o que existiu mesmo foi excesso de expectativa no dito "novo", na suposta mudança. Mas creio que me excedi e muito.

A minha confiança neste "novo" foi mantida pela esperança de que tudo não passava de uma grande intriga da oposição e que a situação nunca poderia ficar pior do que costumava ser antes. Não que antes fosse bom. Só acreditei, o tempo que pude, que seria diferente, melhor mesmo! E não foi fácil, demorou um pouco até que eu chegasse à conclusão de que estava cega. Paguei de inocente babaca, coisa que não costumo ser, nessa história vergonhosa.

Mea culpa!

As coisas só foram descendo ladeira abaixo, e eu até diria que já chegaram ao seu limite de tolerância. No Brasil, fatos inacreditáveis ocorrem todos os dias e nada acontece com seus atores. O crime não está restrito às classes mais pobres como alguns querem fazer crer. O crime, no Brasil, é um câncer que se alastra por todos os lados.

E enquanto isso, nas esquinas, nas sinaleiras, crianças e jovens pobres esquecidos assaltam e matam todo dia, toda hora, em busca de seu único momento de visibilidade. Quem é a vítima? O povo.

No congresso, políticos corruptos, desonestos safados, ladrões, salvo raríssimas exceções, os tais famosos criminosos do colarinho branco não medem esforços para se locupletarem e se mostram completamente amorais, desprovidos de qualquer noção do que sejam valores éticos. E aqui, quem é a vítima? Mais uma vez, o povo.

Agora um novo tipo de câncer vem crescendo no país da impunidade, os crimes cometidos por garotinhos ricos, filhinhos de papai, ou de donos de grandes organizações, que acham que podem matar, espancar, tocar fogo, agredir quem eles acham inferiores, simplesmente porque têm a certeza de que estão imunes às garras da lei, num país em que o dinheiro compra tudo, inclusive a justiça. Mais uma vez, o povo complacente é o alvo das "brincadeiras" desses imbecis.

Enfim, um total descontrole por parte da família (pais sem noção de moral não podem transmitir isso aos filhos), falta de sentimentos éticos, e a evidente crença na impunidade, essas são algumas causas da barbárie que se instalou no país. Pobres, congressistas ou riquinhos, todos participam dessa ciranda insana, porque no Brasil, o crime é democrático. O problema é que ninguém é punido. Aliás, quase ninguém, pois só o pobre é punido. De várias formas. Exemplarmente.

Como disse mais acima, a anarquia, a desordem, a criminalidade e o descaso do governo pelas coisas essenciais, como saúde, educação e segurança chegaram ao seu limite por aqui.
E no meu caso, ainda há um agravante, pois esse "aqui" além do macrocosmo Brasil, é o micro também, isto é, a Bahia, estado cujo governador não tem a Educação como prioridade de governo, fato comprovado pela intransigência com que vem conduzindo as negociações com os professores (em tempo, seus ex-eleitores), o que acabou resultando numa greve que já dura 52 dias, deixando milhares de estudantes fora das salas de aula. Como se isso não bastasse, não conseguiu encontrar nenhum bom educador na Bahia para nomear secretário da Educação, pois precisou buscar um no Rio Grande do Sul. Não demorou muito para esse senhor mostrar seu total despreparo, incompetência e inadequação para assumir tal cargo. Esperava-se uma mudança, mas o inesperado aconteceu e aqui na Bahia continua "tudo como antes no quartel de Abrantes."

Com todos esse fatos desanimadores, começo a ter pensamentos muito deprimentes para uma pessoa da minha idade. Penso que a esperança acabou de morrer, o Brasil não tem mais saída e é um país de merda sim e ponto final. Afinal, o número de pessoas sacanas, desonestas, sem caráter por metro quadrado já autoriza o Brasil a ser chamado de "O país dos corruptos".

E o pior: não se trata apenas de safados NO poder. São safados por toda a parte...

Esse aí do seu lado, um safado! Você, um safado! Eu, safada também!

Sabe por quê? Porque somos nós que, sai eleição-entra eleição, votamos nestes safados de sempre e, mais atualmente, nos novos safados!!

Não quero ser lembrada como a otária que terá que votar num new bastard sem ética, porque não tem mais em quem votar. Já penso em votar nulo nas próximas eleições. Penso até em sair do país. Buscar um lugar em que eu possa ser respeitada como pessoa, como cidadã. Um lugar em que possa me desenvolver sem medo de sair de casa, andar na rua, com a certeza de que terei saúde e educação gratuitas como contrapartida de meus impostos.

Confesso que todos esses devaneios vêm de uma enorme falta de esperança, falta de fé em que algo ainda possa mudar, de uma certeza que não haverá futuro promissor para mim num ambiente como esse. Se toda essa sensação aflora em alguém que tem mais do que o necessário para sobreviver, imagine em quem não tem absolutamente nada?

Esse não seria o terreno promissor para se semear e cultivar a revolta?



Por isso, para mim basta!
Pessoas estão num eterno penar
Abaixo essa política nefasta!
Que só faz oprimir e enganar
Calibrem suas vozes, amigos
Pois agora é a hora de protestar

Às vezes penso se seria a saída uma revolução.
Não sei responder.

Outras vezes, penso se seria uma bomba a solução.
Não quero responder.

Desisto de continuar vivendo assim...

Por favor, *parem o mundo que eu quero descer!



* Aproveito para lembrar do grande roqueiro Raul Seixas, baiano, que fez aniversário ontem, 28 de junho, data que virou Dia Municipal do Rock (yeahh!!), aqui em Soterópolis e de quem "roubei a frase final do meu poema.



Bjo.



Poemas e texto: Claudia Pinelli Fernandes®



Música:

2 comentários:

Anônimo disse...

Cláudia,



teu texto de hoje (um verdadeiro Manifesto!) deveria ser publicado na primeira página dos grandes jornais do Brasil.



Abraços, flores, estrelas..
.

cantabile disse...

Se você achar a saída, pr favor, me avise pois eu também quero descer!
beijos , esperança e até sempre!

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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.