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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



quarta-feira, julho 27, 2005

Para desanuviar o coração um pouco...


Amelie... Posted by Picasa

Olha que coincidência... (????)
Ontem eu assisti pela enésima vez ao filme "Le fabuleux destin d'Amelie Poulain" ou o Fabuloso destino de Amelie Poulain(em Português). Amo esse filme, o tema, a fotografia, a direção, a trilha sonora, enfim, tudo...
Fiquei lembrando que minhas sobrinhas e alguns amigos me acham muito parecida com ela, às vezes até me chamam de Amelie e tal..
Pois é..
Hoje, enquanto dirigia para o trabalho, aconteceu algo muito engraçado.. No som do carro, estava tocando o cd da trilha do filme, a faixa "Comptine d'un autre ete, l'apres midi", para ser exata. Nesse momento, um rapaz em outro carro falou para mim: "Amelie, me leva para Montmartre com você.."
Só consegui dar uma risada e fazer um cumprimento como se dissesse: "Vamos lá.." :0)
E segui, sem mais delongas..
Estava vindo de uns dias de crise existencial(muito comuns em minha vida), uma fase muito triste, melancólica e esse episódio me fez rir naturalmente, me trazendo uma leveza que me deixou muito bem..
Mas pensei: "Putz.. Que coisa... Ontem assisti mais uma vez a esse filme, agora está tocando o cd do filme, e esse cara me fala uma coisa dessas! E tudo de repente..."
Essa vida é louca mesmo, viu....

Ou não... rs..

Depois disso tudo, lembrei desse texto do Jabor:

Hoje, só as bestas quadradas serão felizes – Arnaldo Jabor

Fui ver o filme Amélie Poulain, que está estourando nas bilheterias mundo afora.

Disseram-me que era "esperançoso, um refrigerio para o aterrorizante mundo atual". Armei-me de pipocas e mergulhei no escuro. Adorei. O filme é uma perfumaria , mas eu amei. Durante duas horas, esqueci de mim mesmo. E descobri a verdade inapelável: eu quero, eu preciso me "alienar", como se dizia antigamente.

A "alienação" virou uma necessidade social. O filme é uma fábula simpática de uma "neo-Poliana", uma chapliniana mocinha cheia de compaixão, que modifica a vida dos fracassados e infelizes.

Saí do cinema pensando: Amélie, eu quero ser outro. Não quero ser mais eu. Eu não me agüento mais, quero me "alienar", virar, se necessário, uma besta feliz. Eu fazia filmes, mas a vida me levou a virar jornalista, profissão que adoro, mas que me obriga a uma incessante observação do dia-a-dia, fazendo-me amargurado, num crescente rancor por um país que não se conserta, como queria minha geração romântica.

Por isso, Amélie Poulain, venha me modificar, me faça sorrir alvamente, me traga a baba dos idiotas, venha Forrest Gump, me vidre os olhos de parvoice, venha Prof. Pangloss, me ensinar a cultivar o jardinzinho dos babacas.

Enquanto milhões de árabes se acotovelam em Meca, unidos na única certeza de Alá, nós estamos sós. Não temos Alá; só temos o cinema americano, nossas religiões são ralas, não nos prostam a rezar para Meca, como lagartixas felizes cinco vezes por dia; vivemos dentro da angustiante democracia liberal, que nos amaldiçoa com esta liberdade inútil.

Por isso, Amélie Poulain me inspirou uma lista de conselhos de auto-ajuda para nos devolver uma abjeta e deliciosíssima felicidade neste mundo sinistro.

Eia! Avante, românticos sofredores, cidadãos nostálgicos do Bem, aqui vai um Alcorão substituto, um guia de sobrevivência na selva global. O princípio básico é o “Não” - a negação de evidências, a técnica de nada ver, a “conduta de evitação”, como fazem os fóbicos.

“Não” olhar a miséria nas ruas, evitar os menininhos nos sinais cariocas, principalmente a nova invenção dos pequenos desgraçados, fazendo malabarismos com três bolinhas para ganhar esmola, menininhos esfarrapados diante de BMWs indiferentes.

“Não” olhar mães com nenéns no colo nos meios-fios e, se por acaso, entrarem em nosso campo de visão, imediatamente convocar a moral de classe média de que “essas mães podiam trabalhar, mas não o fazem por preguiça de enfrentar um tanque de roupa”.

“Não” ver noticiários, nem ler os jornais ácidos e veristas; não ver, por exemplo, os desgraçados sem-teto que serão expulsos à bala no Pará, enquanto o Jarbas Barbalho tem habeas-corpus. Diante da injustiça, blindar-se, lixar a alma, laquear o coração.

Mas, não pensem que somente a “alienação” é um bom procedimento. Podemos ser felizes também com “ideologias”.

Por exemplo, diante da tal “globalização” da economia, podemos ter duas atitudes. Uma, é acreditar, lívidos de certeza, que o livre mercado vai tirar o homem de suas dores e que a riqueza choverá sobre os emergentes, como festas da uva. Esperança neoliberal. Ou, então, cheios de entusiasmo, como em Porto Alegre, acreditar que homens e mulheres com camisetas de Guevara e tocando o tambor de Mercedes Soza ou com as “veias abertas” de amor pela América Latina, como Galeano, conseguirão reverter a exclusão e a fome, apenas pelo dom mágico das palavras de ordem. Esperança de “esquerda”.

São as delícias do auto-engano: nas duas posições, de olhos vidrados, arfantes de certezas, evitaremos o incômodo de ver a evidente vitória do capitalismo mais bruto.

Dica de felicidade: esquecer a Arte. Isso mesmo. Essa tal de “Arte” que sempre nos evocou um ideal de harmonia, essa saudade da natureza da qual nos exilamos, essa fome de eternidade tem de acabar de uma vez por todas. Abaixo Bach, Goya, Shakespeare, Rimbaud e toda uma lista negra de velhos idiotas. Devemos nos banhar nos filmes americanos, nas audições de axé music, de pagodes e raps, de bundas e garrafas, até o momento em que, tomados pela revelação pós-moderna, exclamarmos em lágrimas: “Sim, sim, Schwarzenegger, sim, techno music, sim Celine Dion, sim Phillipe Starck, sim Grisham, sim, eu vi a luz! Aleluia!"

Outra dica: tirar da cabeça o velho hábito ocidental do criticismo. Aceitar tudo que nos é oferecido, com lábios trêmulos de gratidão: “Sim, sim, Silvio Santos, sim, Ratinho, sim, Edir Macedo, sim, obedecemos...”

Há muitas formas de ser feliz. Pode ser pela adesão ao princípio do “"melhor dos mundos”, das pequenas maravilhas do cotidiano: “Ohh... como é belo o amor à vida que esses favelados têm...” ou por uma transposição fatalista meio oriental : “Ohh... esta enchente que matou 200 estava escrita - deve ter um lado bom...”

Também é possível ser feliz pela entrega total a uma infelicidade, a um pessimismo absoluto tipo Cioran, pela deliciosa alegria dos céticos, pelo desprezo pela vida lá fora. Sem esquecer os “militantes imaginários” que torcem pelo “bem do Homem”, como pelo Palmeiras, com a consciência limpa, em casa, de pijama.

Meus mandamentos de felicidade atual não caberiam neste artigo. Mas as regras básicas são: esquecer os outros e só atentar para si : “Eu sou mais eu..”

Entregar-se ao consumo: “A felicidade é meu jeans Calvin Klein.”

Entregar-se ao narcisismo radical: “Não há popozuda mais siliconada na Avenida.”

A busca da ignorância mais negra: “Não me venha com papos-cabeça!”

Ou mesmo a adesão ao mais remoto feudo-cabeça: “Fora Mallarmé, o resto é lixo...”

E só assim, “alienados”, com os olhos bem tapados, com o coração lacrado, com o cultivo da estupidez, com a devoção à baba elástica e bovina dos imbecis, poderemos chegar à revelação final e, num rasgo de felicidade, amar para sempre a beleza do excremento!




Tenho minhas restrições a algumas coisas que o Arnaldo Jabor escreve, mas esse texto, além de citar o filme em questão, e por isso me fez lembrar dele(do texto), discorre sobre um tema muito interessante e com o qual concordo em gênero e número.

Definitivamente é desesperador esse panorama da realidade em que vivemos. E como é raro conhecer pessoas como a Amelie, que se põem disponíveis para tentar melhorar, de alguma forma, a vida das outras pessoas que a cercam..

O Jabor soube traçar um retrato dessa total alienação, dessa globalização asquerosa, consumista e cruel, ou como eu preferiria dizer, dessa disseminação de pessoas “normóticas”. Claro que construiu seu texto de uma maneira irônica, porquanto não poderia ser diferente, ou correria o risco de parecer “careta”, ou ultrapassado, mas ao mesmo tempo, mostra, subliminarmente, que nem tudo está perdido, ou que pelo menos devemos lutar pela busca de uma felicidade nossa, interna, pessoal, no meio desse mundo sinistro, angustiante e que só venera o consumo, o narcisismo e a ignorância.

Mas sempre me surge uma dúvida:

Será que ser uma "besta", consumista, narcisista e ignorante, enfim, um normótico, não seria melhor?? Nesse caso, não precisaria encarar nenhuma luta, não seria necessário encarar os olhares dos outros censurando seu jeito de vestir, de ser, de pensar, de agir, de trocar certas situações confortáveis por outras mais complicadas, por cogitar começar tudo de novo, etc... Era só se adaptar ao comum, à moda e entrar na "onda"... Simples assim.. Seria muito mais fácil, não é mesmo? Talvez...

Mas é um fato... Na minha humilde opinião, paga-se um preço muito alto por ser igual, padronizado... O preço de perder o que você realmente é. De se tornar o mesmo, o outro..

Na verdade, conseguir ser diferente e singular nesse mar de rótulos e padrões não é uma luta, é uma guerra!!

Insana!!

Mas que vale muito a pena... Pois só dessa forma, você pode saber quem você é... Assim saberá que não se parece com mais ninguém.. E que portanto não deve nada a ninguém, não está plagiando ninguém, pois aquilo que é seu, que você faz, que está em você só pertence a você... Ser quem você é te dá mais coerência e tranquilidade, para saber aceitar um erro cometido e pedir desculpas, e ficar satisfeito e feliz quando receber um elogio e agradecer. Isto é, quando você se desculpa, foi por um ato seu, só seu, e quando agradece, agradece por você, só por você.. Para mim, esse ainda é o ponto mais próximo que alguém pode chegar da verdadeira liberdade. E isso é ótimo!!! :oP

Bjo.

Música: Comptine d'un autre ete: L'apres midi da trilha do filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.

terça-feira, julho 26, 2005

A Afirmação do Amor


Adeus - Sara Amaral Posted by Picasa


Não é a dor que quero entender(essa dói e pronto),
mas esse mistério de duas almas
que não se tocam no físico
e têm quase uma unidade na imortalidade.

Mas é isso que quero!

Você me ama?
Você quer construir uma vida comigo?
Tem desejo e sabor?

Eu sinto que você me quer,
precisa de mim,
mas será que eu estarei
ao nível de suas expectativas?

Eu queria uma certeza,
quantas vezes vislumbrei o que seria o derradeiro
e nem início era.

Quantas vezes esperei contar e só senti se afastarem e eu ficar no chão...

Eu quero a certeza do absoluto.

A afirmação positiva.

Não quero os sonhos dos loucos,
nem a vontade dos sem-alma.

Eu quero a certeza da vida.

A afirmação do amor.

Não apenas um amor carnal e dirigido,
mas do sentimento verdadeiro
que se entranha na alma
e que não existam mágoas,
que não dissolva.

Quero ter a certeza premonitória
que posso mergulhar,
que não encontrarei uma pedra.

Quero a certeza da luz
que não se machuca nos espinhos,
penetra as sombras,
não se inibe no mar...

Ou a certeza ou nada!

Duas almas que constróem uma estrada juntos,
não sabem como esse trajeto será,
mas apenas têm uma certeza quase sobre-humana
que têm que construir juntas.

São vidas independentes, mas harmônicas.

São autônomas, mas responsáveis.

Consistentes no que sentem
e têm a certeza do que realmente sentem.

Não é um "eu acho", "pode ser", "quem sabe", "vamos tentar", "se der certo"...

É a certeza que só o verdadeiro amor tem.

Que não tem fronteiras,
nem modos,
um amor que não espreita,
não sucumbe,
nem apenas existe para satisfazer
nossos pequenos egoísmos.

Carlos Eduardo Bronzoni

No words to say.. Only memory, doubt and pain remain..

Bjo.

Música: Love will tear us apart do Joy Division.

Amar ou não amar, eis a questão..


Sad AngelPosted by Picasa

Insistir em acreditar no amor será algo viável nos dias de hoje??
Mesmo que ele às vezes teime em brincar com as pessoas??
Brincar como???
Por exemplo...
Pode alguém amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo?


Esse é um drama para aqueles que são mais românticos ou indecisos, atormentados, inseguros, seja lá como for...

O que importa é que é um drama para quem sente...

Mas por outro lado, parece uma brincadeira ou uma piada contada pelo próprio amor(aqui personificado propositalmente) para se divertir às custas desses seres incautos.

O amor seria então uma armação diabólica??

Esta dúvida que tortura a alma seria justamente uma armadilha que ele impõe para que a confusão impere nas mentes??

Confusão, confusão, confusão!!!!

Precisar respirar, mas não poder..

Terror! Aflição!

Sabe o que seria o melhor a fazer???

Acalmar-se, fazer mil coisas e tentar esquecer essa celeuma. E, se puder, focar no mais provável ou palpável..

E dar uma rasteira no amor.. E mostrar quem está no comando aqui..

Retórica, retórica...

Na prática, ele sempre comanda...

Veja isso.. Para os que ainda acreditam no amor...

http://www.lifemotion.com.br/coracao/

Bjo.

Música: Don't fade away do Dead Can Dance.

segunda-feira, julho 25, 2005

Afinal, perder o quê?


Posted by Picasa

Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.

Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.

Nada tenho a perder.

Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.

Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.

O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.

Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.

Clarice Lispector


Bjo.

Música: Severance do Bauhaus.

sábado, julho 23, 2005

Jupiter and Teardrop....


O Caminho - foto tirada por Daniel Koralek. Posted by Picasa

Desde a primeira vez que vi essa foto do Daniel, fiquei muito impressionada com sua beleza, com sua força e com a mensagem que ela conseguiu me transmitir, além de considerar o título bem sugestivo. Achei, portanto, que seria a imagem ideal para esse post.

Estou num momento meio esquisito. Muitas coisas ocorrendo ao mesmo tempo.. E estou procurando um caminho a seguir.

Essas coisas estão sempre no plano das emoções..

Por um lado, estão os sentimentos considerados antigos, já conhecidos, portanto mais cômodos de lidar, mas ainda assim difíceis, e por outro, sentimentos novos, inusitados até mesmo para uma pessoa que está aberta para as coisas do mundo de uma forma bem acolhedora... Enfim, uma profusão de sentimentos que criam essa confusão interna em que me encontro.

Dito isso, vejo que estou me deparando com um sentimento que ressurgiu do nada, sem avisar.. Fazendo uma leitura meio esquizofrência da situação: Teardrop diz: "Olha, eu estou aqui.. Estou cheio de dúvidas. Quero refazer toda minha vida. Não posso viver mais dessa forma. Se continuar, sinto que vou morrer. Quero viver numa cidade calma, ganhar apenas o suficiente para comer e viver, ser voluntário numa causa humanitária." Jupiter sabe que seria a pessoa com os objetivos e ideais mais próximos disso e dessa busca por mudança. Sempre pensou nisso, em fugir para um lugar assim, viver de forma bem simples, e sabia que largaria tudo, todas as facilidades e conforto por seu amor sem pestanejar, assim ele pedisse.. Analisou em como poderia ser parte disso.. E se poderia.. Mas quando refletiu o suficiente, viu que além de não ter a certeza da reciprocidade desse amor(visto que uma decisão de largar tudo que já foi construído só valeria a pena se essa reciprocidade fosse clara e que o amor já estivesse consumado), esta é uma busca solitária. Uma busca de Teardrop, mas sem a Jupiter. Mas nessa busca, Teardrop terá sempre o apoio INCONDICIONAL da Jupiter. Porque ela estará "always around".. Always.. E vendo-o VIVER!!! Da melhor maneira possível.. E ficando feliz com todo seu progresso, que às vezes, para alguns, não passará de fracasso.. Coitados dos que pensarem assim...

Para isso, uma letra que cai bem:

Sentimental - Los Hermanos

O quanto eu te falei
Que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei...
Você me avisar, me ensinar, falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver

Quem é mais sentimental que eu
Eu disse e nem assim se pôde evitar

De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim...
Fez dele razão pra se perder no abismo que é pensar e sentir...

Ela é mais sentimental que eu..
E então fica bem se eu sofro um pouco mais
Se ela te fala assim, com tantos rodeios
É pra ter seduzir e pra te fazer pensar naquilo
que você ouviria displiscentemente
Se ela fosse direta, você a rejeitaria

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei...não é assim, mas deixe..

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei...não é assim, mas deixe eu fingir e rir...

E, na contramão, enfrento um sentimento inédito para mim.. Mas esse, de tão novo, ainda me faz pensar nele como algo meio estranho e que de certa forma me aterroriza.. Prefiro ainda me calar sobre isso tudo que reverbera em meu peito. Para que possa refletir mais amiúde.

Novidades costumam me deixar assim, tonta.

Lembro da letra de Seeing Things do Black Crowes:

"Cause I'm seeing things for the first time
I'm seeing things for the first time, oh yeah
I'm seeing things for the first time
In my life, in my life."

Enfim, estou num terremoto de sensações que me tiram do meu caminho, do meu controle. E me faz desestabilizar.. Primeiro, quando um sentimento antigo reaparece para dar uma esperança que nem sei se existe de verdade e segundo, quando um outro sentimento vem derrubar todos os meus conceitos e preconceitos formados durante uma vida...

Tudo acontecendo ao mesmo tempo agora..

Que caminho seguir??? Que direção tomar?? Estou sem respostas para essas perguntas. Será que terei tempo para conseguir respondê-las? Isso me lembra outro trecho de uma música, Every Little Things do Dishwalla que diz:

"I want you to believe in life

but I get the strangest feeling that you've gone away

will you find out who you are too late to change?"

Mesmo tendo um pressentimento muito forte de que você vai embora, vai para bem longe, viver de uma forma diferente da minha infelizmente, quero muito que você acredite na vida, porque você é vida pura... E não deixe que ninguém, nem você mesmo o faça acreditar no contrário.

Será muito tarde para mudar??? Será muito tarde para mudar de caminho, de rumo, de vida??

Para você não. Sei disso.. Você vai conseguir realizar seu sonho, assim como está planejando. Porque você é forte, mesmo que nem tenha se dado conta disso. Pode até demorar um pouco, pois você, como mesmo diz, tem seu tempo, seu timing. Mas vai conseguir. Acredite em mim.

Para mim, creio que sim. Sou covarde, e não tenho essa força que você tem. Vou continuar vivendo minha vida, sem maiores emoções, nem mudanças. Porque sou assim. Contradições, tormentos e desejos internos. E fraqueza, apatia e, principalmente, inércia externas. That's me!

Bjo.

Músicas: Sentimental de Los Hermanos, Seeing Things do Black Crowes e Every Little Things do Dishwalla.

Mau humor...


Isso me causa um tremendo mau humor Posted by Picasa


Versos íntimos

Vês?!
Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.

Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo.
Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja,
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga.

Escarra nesta boca que te beija!

Augusto dos Anjos


Estou de mau humor.. Acho... Talvez por isso tenha colocado uma foto que me deixe tão irritada...

Killing in the name - Rage against the machine (trecho)

Killing in the name of!
Some of those that were forces are the same that bore crosses
Some of those that were forces are the same that bore crosses
Some of those that were forces are the same that bore crosses
Some of those that were forces are the same that bore crosses
Huh!

Killing in the name of!
Killing in the name of!

And now you do what they told ya
But now you do what they told ya
Well now you do what they told ya

Those who died are justified, for wearing the badge, they’re the chosen whites
You justify those that died by wearing the badge, they’re the chosen whites
Those who died are justified, for wearing the badge, they’re the chosen whites
You justify those that died by wearing the badge, they’re the chosen whites

And now you do what they told ya, now you’re under control
And now you do what they told ya!

Fuck you, I won’t do what you tell me
Fuck you, I won’t do what you tell me! Motherfucker!

Post apenas confessional e atuando como desabafo...rs..

Bush sucks!!!!


Bjo.

Músicas: Killing in the name do Rage against the machine.

quarta-feira, julho 20, 2005

Angels or devils?


Guitar Player Shadow por DK Posted by Picasa


Para o resto de nossas vidas ...


Existem coisas pequenas e grandes, coisas que levaremos para o resto de nossas vidas.

Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas, depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.

Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência em algum instante.

Provavelmente iremos pela a vida afora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nossos dias, que deixou marcas, cada instante que foi cravado no nosso peito como uma tatuagem.

Marcas, isso... serão marcas, umas mais profundas, outras superficiais porém com algum significado também.

Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para terceiros talvez não tenha a menor importância pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.

Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um e-mail, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo.

Poderá ser um raiar de sol, um buquê de flores que se recebeu, um cartão de natal, uma palavra amiga num momento preciso.

Talvez venha a ser um sentimento que foi abandonado, uma decepção, a perda de alguém querido, um certo encontro casual, um desencontro proposital.

Quem sabe uma amizade incomparável, um sonho que foi alcançado após muita luta, um que deixou de existir por puro fracasso.

Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.

Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós.

*Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objeto do nosso amor, ainda outras por terem nos magoado profundamente, quem sabe haverá algumas que deixarão marcas profundas por terem sido tão rápidas em nossas vidas e terem conseguido ainda assim plantar dentro de nós tanta coisa boa.

Lá na frente é que poderemos realmente saber a qualidade de vida que tivemos, a quantidade de marcas que conseguimos carregar conosco e a riqueza que cada uma delas guardou dentro de si.

Bem lá na frente é que poderemos avaliar do que exatamente foi feita a nossa vida, se de amor ou de rancor, se de alegrias ou tristezas, se de vitórias ou derrotas, se de ilusões ou realidades.

Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos.

Silvana Duboc

Achei esse texto tão lindo, falava tanto por mim, que resolvi postar... Espero que tenha o mesmo sentido para quem o ler...

Mas fiquei com uma pergunta que não quer calar:
* Na minha vida, em que categoria de pessoa você acha que se encaixaria melhor?

Bjo.

Música: Angels or Devils do Dishwalla.

segunda-feira, julho 18, 2005

Amor e liberdade


Freedom por Daniel Koralek. Posted by Picasa



Você sabe amar?

Você sabe amar? Eu estou aprendendo.
Estou aprendendo a aceitar as pessoas, mesmo quando elas me desapontam.
Quando fogem do ideal que tenho para elas, quando me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas.
É difícil aceitar as pessoas assim como elas são, não como eu desejo que elas sejam.
É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.
Estou aprendendo a amar.
Estou aprendendo a escutar, escutar com os olhos e ouvidos, escutar com a alma e com todos os sentidos.
Escutar o que diz o coração, o que dizem os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas.
Escutar a mensagem que se esconde por entre as palavras corriqueiras, superficiais.
Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada, a solidão encoberta.
Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vanglória exagerada.
Descobrir a dor de cada coração.
Aos poucos, estou aprendendo a amar.
Estou aprendendo a perdoar.
Pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga as cicatrizes que a incompreensão e insensibilidade gravaram no coração ferido.
O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos.
Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração.
O amor perdoa, esquece, extingue todos os traços de dor no coração. Passo a passo,
estou aprendendo a perdoar, a amar.
Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra dentro de cada vida, de todos as vidas.
Valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras vividas ao longo dos anos.
Estou aprendendo a ver nas pessoas a sua alma e as possibilidades que Deus lhes deu.
Estou aprendendo.
Mas como é lenta a aprendizagem!
Como é difícil amar, amar como Cristo amou!
Todavia, tropeçando, errando, estou aprendendo...
Aprendendo a pôr de lado as minhas próprias dores, meus interesses, minha ambição, meu orgulho, quando estes impedem o bem-estar e a felicidade de alguém!
Como é duro amar!
Eu estou aprendendo.
E você?
SABE AMAR?

Lia Sérgia

Sem comentários.. Apenas reflexões.. Internas, pessoais, solitárias...

Bjo.

Música: Agonised by love do Clan of Xymox.

terça-feira, julho 12, 2005

Amor atemporal


Posted by Picasa

Mais do que ontem, menos do que amanhã

Amar é fazer do coração aventura e emoção
Só se aprende a amar praticando o perdão
Entender o sofrimento é amar em vão
Naum é só deixar correr, mas também fazer crescer.

Somos duas almas, um só pensamento.
Dois corações que batem como um.
Eu sei, eu sei que nada é para sempre, mas ouça o que eu tenho pra dizer:

Saiba que amo você mais do que ontem e menos do que amanhã(bis)

Quando se trata de amor,
Demais nunca é suficiente,
É ter ciúme sem razão.

É desejar uma promessa em nossas mãos
E só assim poder viver
O que se chama de união.

Somos duas almas, um só pensamento.
Dois corações que batem como um.
Eu sei, eu sei que nada é para sempre, mas ouça o que eu tenho pra dizer:

Saiba que amo você mais do que ontem e menos do que amanhã(bis)

É a força das montanhas em um único abraço
É ter o sol, as estrelas e perder-se no espaço
É ter poder dos oceanos na última força da nossa alma
É trocar a raiva na tempestade pela paz da calma

Cogumelo Plutão


Já conhecia a Cogumelo Plutão desde minha adolescência, por causa de uma música com uma letra linda que fez bastante sucesso na época chamada Esperando na Janela, e da qual eu gostava muito. Eis um trecho:

"Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos do amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor"

Essa música acima, a Mais do que ontem, menos do que amanhã, ainda é inédita, chegou às minhas mãos através de uma pessoa muito especial, querida, que mora em meu coração, o Rod. Ele já fez parte dessa banda e é próximo ao compositor, o Blanch.

Ela tem uma letra que me toca fundo também, pois diz algumas coisas bem simples, mas de uma profundidade deveras significativa para quem consegue enxergar além do superficial.
Aliás, quem foi que disse que as coisas mais profundas, fortes e de fato importantes não estão justamente nessas coisas consideradas simples?

Sei que sempre passa pela cabeça dos mais frios, céticos e pragmáticos que o romantismo é uma coisa piegas e sentimentalóide. E que num mundo tão instantâneo, virtual, individualista, em que tudo é descartável, efêmero e superficial, algo que demanda uma demonstração de sentimento, de afetividade, uma relação de conhecimento mútuo, a qual requer tempo disponível, doação, paciência, carinho, pode parecer uma coisa demodê e anacrônica, e além disso, e o que me parece ainda mais absurdo, é como estes mesmos insensíveis se referem aos românticos, que são sempre rotulados de ingênuos, sonhadores e fora da realidade.

Indo na contramão de tudo isso, eu me considero uma romântica incurável.. E digo mais, nós, os românticos, conseguimos lidar com a emoção de forma mais amena e deixamos que essa emoção flua naturalmente. E emoção é vida!

Fazendo um silogismo, partindo dessa minha lógica:

Se romantismo é emoção,
e emoção é vida,
logo, romantismo é vida!

:o)

Bjo.

Música: Mais do que ontem, menos do que amanhã do Cogumelo Plutão.

segunda-feira, julho 11, 2005

Confissões


Invitation to Walk by Zeef Scharf Posted by Picasa

Confissão Inicial
Às vezes, tenho a impressão
de que não devia publicar estas palavras
nascidas para viverem em surdina
ao teu ouvido.
Às vezes penso que deveria deixar no limbo
do coração
estas palavras de ti e para ti
e que tomaram imprevistamente a forma de canção.
Estas palavras que te colhem toda
e te deixam nua,
e me dão a impressão de que também
tenho nu o coração, em plena rua.
J G Araújo
Recebi esse link de uma pessoa muito, muito querida. Ouvi, achei tão lindo que resolvi compartilhar com as pessoas que visitam meu blog..
O link é esse:
Espero que sinta a profundidade das palavras..
Meu coração já está nu... Quem sabe numa rua como essa da foto?? Não sei.. E quem pode saber??
Bjo.
Música: Every Little Thing do Dishwalla.

sábado, julho 02, 2005

Tantas emoções!


Upside Down by Claudia Fernandes.Posted by Picasa


Aceite-me da maneira que venho...
Eu cheguei até você assim, desse jeitinho que sou;
Por isso não trago manchas,
Sou uma pessoa comum, entre tantas outras...
Tenho a sensiblidade do amor e tenho também todas as dificuldades de um ser humano...
Não tenho a pretensão de ser perfeita e nem tampouco a prepotência de querer estar além do que posso...
Tenho contudo, a humildade de conhecer meus limites, e de saber onde posso chegar!!!
Eu sou alguém que vive, que sonha, alguém que busca caminhos de realizações, e de felicidade...
Sou alguém, que sofre, que luta, que chora...
Mas também sou alegria e sorrisos...
É assim que sou, e como todas as pessoas, única, indivisível...
E se você me procurar dentro de mim, me descobrirá escondida na emoção...
E se olhar bem devagarinho, bem direitinho...
Verá que sou toda coração!!!!

Essa sou eu, de pé, de cabeça para baixo, de qualquer jeito... Uma pessoa entre tantas outras...

Talvez o diferencial seja que eu vivo de Emoção.. Quando falo vivo, é literal a coisa mesmo.. Sem emoção, morro.. Definho... Mas nem sempre essa emoção tem que ser positiva.. Algumas vezes ela é uma emoção negativa(isso é só um conceito, não significa ser melhor ou pior) também.. Mas preciso sempre de Emoção...

Para mim, emoção negativa é quando eu me pego triste, sem graça, sem vida... Sem ter objetivos a alcançar, nem obstáculos a ultrapassar.. Consigo viver assim.. E bem...

Mas de repente algo surge e me tira dessa letargia, desse marasmo existencial...

Esse algo me traz um brilho nos olhos, outrora ofuscado por uma desesperança na realidade que só me atormentava.. Esse brilho reflete uma nova luz interior, uma nova faísca de vida que queima por dentro.. Que faz enxergar uma luz.. Não uma luz no fim do túnel, mas aqui dentro do peito.. Taí a tal emoção positiva... Consigo viver assim também... Mas bem melhor...

Enfim...

Sou toda Emoção...

Bjo.

Música: Bleeding heart graffiti do The Cult.
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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.