________________________________


Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



terça-feira, outubro 18, 2005

Idéia ou Desejo???


Lux Interior by Claudia Fernandes Posted by Picasa



Hoje acordei com uma idéia na cabeça. Na verdade, não sei se era uma idéia ou um desejo.
Levantei, entrei no banho, tomei café, me arrumei e saí.
A idéia-desejo continuava lá, na minha mente.
No carro, mesmo ouvindo música, ela estava lá.
Visitei uns lugares, tirei umas fotos, voltei, tomei outro banho, almocei, escrevi algumas coisas e saí para a faculdade. Ela ainda estava lá, teimosa, latente.


Resolvi analisar e tentar entender essa idéia que não me deixou em paz durante um dia inteiro. Idéia que na verdade se convertia num desejo intenso.
Pensei que seria muito bom parar de falar de repente. Não por problema de mudez, de maneira forçada. Não. Mas conscientemente. Voluntariamente.

Alguém perguntaria: Mas por quê?
Porque as palavras geralmente causam mal-entendidos terríveis.

Tenho me indagado: Para que falar? Para que usar as palavras, se temos o olhar, por exemplo, e outras formas de comunicação tão eficazes quanto?

Boa pergunta, taí a questão fundamental desse texto.

Fazendo uma analogia a esse panorama tão atual do Brasil, pode-se dizer que as palavras são armas. Partindo do ponto de que um dos argumentos do “SIM” é o fato de que desarmando as pessoas, estas não teriam uma arma disponível na mão num momento de raiva ou de paixão extrema, e por esse motivo menos mortes aconteceriam, logo por que não comparar as armas às palavras?

Num momento de raiva ou de irracionalidade, as palavras soltam à boca de forma desordenada, impensada, e o que é pior, de um jeito que geralmente só servem para ferir e matar algum sentimento outrora precioso.

Pois depois de pensar sobre isso, cheguei a uma conclusão que pode ser considerada por alguns muito ingênua ou simplista, mas que agora me faria um bem enorme. Parar de falar seria um alívio.

Prefiro o mundo da escrita. Esse mundo solitário, quieto, de paz, de tormento, mas meu e só. Aqui não preciso de um interlocutor obrigatório. No caso de ninguém ler o que eu escrevo, ainda assim escrevi algo, por que no fim escrevo para mim mesma, para desabafar, para expressar sentimentos, não para alcançar alguém, ou para ser importante ou interessante para outra pessoa, mesmo que isso aconteça vez por outra. Logo não corro o risco de ferir ninguém. E isso me alivia tremendamente.

A palavra falada pode ferir.
Ela pode se transformar em uma calúnia.
Em uma mentira.
Em uma maldade.
Em uma ofensa.
Em um desacato.
Em uma intriga.
Em uma inveja inconsciente.
Em uma arma em si.

E se esse aparato bélico nas mãos de pessoas mais experientes já costuma ser maléfico, para algumas pessoas imaturas, se torna um perigo real e evidente.

Portanto, elas devem ter humildade para se reconhecerem como tal, saber ouvir o mais experiente, perceber que estamos todos sempre aprendendo com os mais velhos e sábios(sabedoria essa que só é trazida pela idade sim), e a partir daí, construir uma experiência mais sólida e aplicável para a vida.

Desejaria muito me calar, mas queria também que algumas pessoas parassem de falar por algum tempo, assim não teria que lidar com comentários tolos que se transformam em armas que ferem.

Por isso, minha sugestão é que se, por acaso, algum dia, alguém ler essas mal traçadas linhas, tente perceber esse devaneio meu, e procure pensar antes de falar qualquer coisa para o outro abruptamente, porque isso pode estar fantasiado de arma, de uma arma letal.

Bjo.

"With no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises,
Silent silence."

Música: No Surprises do Radiohead.


segunda-feira, outubro 10, 2005

Pace سلام שלום Hasîtî शान्ति Barış 和平 Мир


Céu azul by Claudia Fernandes. Posted by Picasa

Em tempos de guerra, de Bush, de tsunami, de furacão Katrina, Rita e de uma busca incessante por uma "pace" que parece ter nos abandonado, resolvi postar um link que mostra a palavra "Paz" escrita em quase todos os idiomas conhecidos.
Já que não podemos viver em um mundo de "Piece", pelo menos aprendemos a escrever "salām" em diversos idiomas..

"Paix" para você...

Link: http://www.columbia.edu/~fdc/pace/


Bjo.

Música: Follow the sun do Enchant.

terça-feira, outubro 04, 2005

Lost in my inner darkness...


Inner Darkness by Claudia Fernandes. Posted by Picasa

Entre Amigos

1.

É belo guardar silêncio juntos.
Ainda mais belo sorrir juntos.
Sob a tenda do céu de seda.
Encostado ao musgo da faia.
Dar boas risadas com os amigos.
Os dentes brancos mostrando.

Se fiz bem, vamos manter silêncio.
Se fiz mal... vamos rir então.
E fazer sempre pior,
Fazendo pior, rindo mais alto
Até descermos à cova.

Amigos! assim dever ser?
Amém! E até mais ver!

2.

Sem desculpas! Sem perdão!
Vocês contentes, de coração livre,
Queiram dar, a estas escritas irrazoáveis,
Ouvido, coração e abrigo!
Creiam, amigos, a minha desrazão...
Não foi para mim uma maldição!

O que eu acho, o que eu busco...
Já se encontrou em algum escrito?
Queiram honrar em mim os tolos!
E aprender, com esta escrita insana,
Como a razão chegou... "à razão"!

Então, amigos, assim dever ser?
Amém! E até mais ver!

Nietzsche



Estava pensando como certas pessoas aparecem em minha vida de repente.

De repente é só a chegada, pois é permanente a sua existência em mim.

Umas ficam para sempre... Embora algumas delas prefiram não estar tão presentes. "Normal"...

Será que meu jardim está suficientemente regado e florido, para que eu consiga atrair essas borboletas para perto de mim e fazê-las, de alguma forma, felizes?

Espero que sim...

Isso tudo me fez lembrar de uma música linda do Radiohead:

Thinking About You

Been thinking about you,
Your records are here,
Your eyes are on my wall, your teeth are over there.
And I’m still no one, and you're my star,
What do you care?

Been thinking about you,
But there’s no rest,
Should I still love you, still see you in bed.
But I’m playing with myself, what do you care?
When the other men are far, far better.

And all the things you’ve got,
All the things you’ll need.
Who bought you cigarettes?
Who bribed the company to come and see you honey?

I’ve been thing about you,
And there’s no rest,
Should I still love you, still see you in bed?
But I’m playing with myself, what do you care?
When the other men are far, far better.

Been thinking about you,
Your records are here,
Your eyes are on my wall, your teeth are over there,
But I’m still no one, and your my star,
What do you care?

And all the things you’ve got,
All the things you’ll need,
Who bought you cigarettes?
Who bribed the company to come and see you... play...

Been thinking about you...

Bjo.

Música: Thinking about you do Radiohead.
Related Posts with Thumbnails

Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.