Amor até o fim
Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
O amor é como uma rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater
Pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Gilberto Gil
Estava ouvindo essa música do Gil, quando concluí que, a cada dia que passa, fico mais convencida de que o amor é mesmo a melhor coisa da vida. Sou uma romântica incurável, extrema, no mais restrito sentido da palavra romântica, não esse do senso comum, claro.
Mas o meu ínfimo lado racional, que ainda se mantém, me grita que o amor também pode ser traiçoeiro.
Senão, vejamos:
Você sabe que está amando loucamente e acredita que o outro também está.
Dá-se a entrega, total, irrestrita, de corpo e alma.
O outro não consegue segurar a onda e prefere desistir desse amor.
Você sofre, chora...
Ele volta pedindo desculpas, dizendo que não dá para ficar sem você.
Você desculpa. Afinal, você ama...
Mais uma vez, você acredita que é amada também. E se sente feliz, segura.
Porque até agora tudo esteve bem. Carinho, palavras gentis, troca de elogios.
Novamente, o outro vê que a coisa está tomando uma proporção além do comum, o sentimento no peito dele está ficando insustentável, e desiste pela segunda vez.
Você sofre, chora, mas pensa: eu supero.
Ele volta pedindo desculpas, dizendo que só pensa em você e que prefere te ter da forma que for possível a não tê-la.
Você desculpa, afinal você ama, não é?
Uma terceira vez acontece.
Você sofre, mas não chora mais...
Ele pede desculpas. Você desculpa.
Mas será que você ainda ama mesmo?
Quem te garante que isso não voltará a acontecer?
Você analisa e pensa que ainda ama, que é amada, e que aquilo tudo aconteceu porque o outro estava inseguro por algum motivo, e acaba desculpando pela terceira vez.
Até pode ter tido a paciência, o amor, a generosidade de não pensar no quanto aqueles abandonos te machucaram, e delicadeza de perdoar não só uma, mas TRÊS vezes.
Porém, num momento em que tudo isso veio à mente e você ficou triste, e sem pensar, disse apenas que estava cansada da situação, só isso, sem querer, alimenta um dragão que termina por cuspir fogo de toda espécie em você.
Agressões, insultos, calúnias, tudo de mais terrível que uma pessoa pode ouvir logo da pessoa que acreditava amar.
Toda essa celeuma, quando na verdade uma palavra mais carinhosa já resolvesse.
A confusão se instala...
Será que ele é quem você pensava que fosse??
Será que não tem o equilíbrio de respirar, analisar a questão, e conversar como um adulto? Precisa partir para agressão? Mesmo?
Será que os momentos vividos não significaram absolutamente nada?
Sei lá, hoje, depois da barra pesada que passei e da qual ainda estou me recuperando, estou procurando ser zen, não me magoar com as coisas que vejo, nem que me dizem. Isto não é fácil, pelo contrário, é muito difícil para uma virginiana, de sangue italiano, acostumada a defender suas causas e idéias com unhas e dentes... Não é fácil, mas eu consigo. Percebi que isso faz de mim um ser muito melhor.
Mas depois disso tudo, fico a me perguntar se uma pessoa que passa por uma situação dessa, ainda pode acreditar no amor.
Aí vem de novo meu lado romântico extremo e diz:
Claro, porque o amor sempre vence...
Bjo.
Música: Amor até o fim do Gilberto Gil.