Uma dentro!
A redução da maioridade penal não adianta nada num país em que a impunidade domina majestosa.
Hoje, a redução vai para 16.
Amanhã, estas mesmas pessoas que apoiaram essa diminuição e que não conseguem enxergar a complexidade do problema, já não se satisfarão com 16, pois meninos de 15 e menos passarão a ser o alvo, e assim sucessivamente.
Qual será o limite para essa diminuição?
Faço um pedido de reflexão:
Eu e você somos pessoas bem nascidas, com pai, mãe, uma família que sempre nos deu amor, escola boa, roupas e, dessa forma, nos deu a base para sermos pessoas decentes e enxergarmos alguma perspectiva de futuro.
Ainda assim, você nunca cometeu algo na adolescência, que hoje, olhando para trás, lhe faz perguntar: "onde eu estava com a cabeça quando tive coragem para fazer isso?"
Eu já.
Você também.
E certamente, só por causa dessa base tão sólida, talvez nossos atos não tenham tido um potencial lesivo tão significativo.
Isso porque eu e você tivemos tudo isso que citei acima, não é verdade?
Agora, tente imaginar um menino que nasceu na rua, de mãe drogada, que nem conheceu o pai, vive na rua, não tem o que comer, o que vestir, onde morar, nunca foi à escola, e não tem a menor perspectiva de futuro.
Imagina o que esse menino não será capaz de fazer nessa mesma idade?
A semelhança entre nós e ele é a imaturidade emocional, fisiológica e cognitiva. Nisso somos iguais.
E a diferença entre nós e ele é apenas uma questão de gradação do ilícito que essa imaturidade nos leva a praticar.
E só.
Fonte da noticia: Revista Fórum