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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



terça-feira, fevereiro 20, 2007

No início, era o Semba...

Foto de Christophe Chat-Verre


"Ah! imagina só que loucura essa mistura
Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia... "

Será??




Como não tenho mais coragem e nem saco de encarar um bloco ou a pipoca, e nem podia viajar, resolvi fazer algo que só fazia quando criança, acompanhar a transmissão do carnaval pela televisão.E devo confessar que um sentimento muito forte se manifestou em mim. A Emoção. Emoção esta que era um prenúncio de que algo muito maravilhoso estava acontecendo nesse carnaval.

Preciso fazer uma digressão, porque me lembrei de quando era bem novinha. Sempre fui muito ligada à minha família, principalmente às mulheres mais idosas, avó, tias-avós e bisavó, sempre presentes em minhas brincadeiras de criança e com quem conversava por horas. E hoje agradeço a essas longas e divertidas conversas, pois creio que adquiri muito conhecimento que guardo e me serve até hoje.

Dessa época, lembro de que elas falavam das escolas de samba de Salvador. É, nós tínhamos escolas de samba sim. De como eram bonitas. E de como foram umas das primeiras representações de um carnaval genuinamente de rua. Do primeiro afoxé, a Embaixada Africana, com homens negros lindos, vestidos ao estilo africano. Da velha fobica de Dodô e Osmar, e de como eles saíram tocando paus elétricos arrastando uma massa enlouquecida. Dos "caretas" com fantasias bem coloridas. E outras memórias que me faziam viajar.

Lembro-me ainda que assistíamos todas juntas, na sala, às transmissões de carnaval. Era uma aula. Primeiro, porque elas sempre foram humanistas, e usavam as imagens do próprio carnaval para ilustrar cada comentário feito. Apontavam sempre para a segregação gritante, para a barreira que o governo interpunha entre o povo das ruas, que faziam protestos, que mostravam sua cultura e o povo das salas, que assistiam apenas ao que eles deixavam. Segundo, porque elas adoravam os bailes gays que aconteciam nas madrugadas. Com isso, procuravam me mostrar que todos somos seres humanos e podemos nos manifestar de várias formas. Isso para mim, era sinônimo de aprendizado e, ao mesmo tempo, diversão garantida. E quando a coisa esquentava demais: "Olha para lá, Claudinha.", "Isso você não pode ver, menina." Não precisa nem dizer que eu não obedecia..

Claro que nada, em tempo algum, é perfeito, mas como era romântico o carnaval daquela época..

Até os blocos de trio, hoje marcadamente sem personalidade, padronizados, comerciais e racistas, eram bonitos, com macacões ou mortalhas com desenhos especiais, desenhados com esmero, com arte, eram blocos leves e pretendiam, antes mesmo de ganhar grana, levar diversão, juntar uma galera e sair para beber e farrear. Lembro dos Amigos Da Vovó e o Comunicação(da Ribeira), Os Internacionais(bloco só de homens, belíssimo, do qual meu tio Zé era sócio), os Traz os Montes que revolucionou colocando equipamentos transistorizados, retirando a percussão que ficava do lado do trio e levando uma banda para cima do caminhão, e outros tantos.

E lembro muito bem, durante anos, delas apontando esses blocos de trio que passavam de dia e falando revoltadas: "Só tem branco!", "Parece que estamos na Suiça!", "Isso não é a realidade!","Antigamente todo mundo brincava nas ruas.", "Estão abafando as manifestações afro.." E só bem tarde da noite, quando não havia mais pessoas nem nas ruas nem em frente às tvs, para assisti-las e ter noção de sua mensagem, essas entidades afro de que minhas nonas falavam, saíam às ruas, pelo simples prazer de desfilar, protestar, e de confirmar sua negritude, cultura e beleza. Entidades da magnitude cultural do Ilê Aiyê, Male de Balê, e Badauê eram renegados a segundo plano, restando-lhe apenas o horário da madrugada no espaço “doado” como se fosse um favor. Antes disso, os afoxés exibiam-se na Baixa dos Sapateiros, Taboão, Barroquinha e Pelourinho, enquanto os grandes clubes desfilavam em áreas mais nobres, e em clubes como Os Fantoches da Euterpe, o que já era um prenúncio da tendência que essa festa iria tomar. Para os compadres tudo! Para o povo, nada!

Era óbvio que tudo estava muito errado.

Por anos esse fato se repetiu. Fiquei adulta e via, com revolta, no que o carnaval da Bahia vinha se transformando. A imprensa e as tevês, descaradamente, por motivos que todos sabemos quais são, privilegiavam a cultura hegemônica, a que tocava nas rádios, a que aparecia na televisão, enfim, aquela que vende e dá dindim. E ainda para piorar, devia considerar o povo um bando de idiotas, porque a transmissão era uma piada. Só era veiculado as entidades que mantinham uma troca de favores com o poder. Por exemplo:
Mudança do Garcia? "Jamais! Vade retro!”
Quando ela aparecia no início do Garcia, já era motivo de articulações para que fosse barrada. “Gente pobre, desorganizada, cheia de faixas e cartazes com um monte de bobagem!”
Porque o carnaval era mostrado como uma festa sempre de paz, de anuência política, sem violência, um paraíso. E qualquer coisa que atrapalhasse essa farsa, era abafada.
As notícias eram sempre:” O carnaval desse ano foi o com menos vítimas dos últimos tempos.”
Quando na verdade, as ocorrências eram inúmeras.
Eu gosto de rock, e uns 10 anos atrás, vi a criação do Palco do Rock, um evento razoavelmete grande, só com bandas de rock, de todo o país, feito por e para pessoas que não gostam do clima, nem das músicas de carnaval. Durante anos fui e prestigiei, nunca vi passar na televisão, dando a importância merecida, eram só flashes rápidos, e nunca teve incentivo privado. Mas mesmo assim levava 2, 3 mil pessoas para os shows. Um amigo meu de Porto Alegre veio para cá e ficou bobo com aquilo. Um evento daquele em carnaval, na Bahia do Axé, e quase ninguém sabia?
E com a frequência que aconteciam, todos esses fatos começavam a me tocar muito como cidadã e como povo, claro:
”Eu quero ver a Mudança do Garcia!!”
"Sei que rolou violência!”
"Quero poder escolher ouvir ROCK no carnaval também!" e
"Vá enganar a PQP!”

Mas nada está perdido, ou creio que não. No primeiro dia de carnaval deste ano, levei um susto bom, muito bom.

Estava eu, como disse no início, assistindo à transmissão da festa momesca, meio que sem a menor animação, nem esperança de qualquer novidade. Foi quando senti algo que me marcou.
A sensação lá no fundo do peito de que alguma coisa poderia estar mudando e como todo despertar para uma coisa boa, veio imbuído de uma emoção forte.

Que me desculpem as outras emissoras, que até tentaram, ou não, mostrar um pouquinho de tudo, mas a TVE, a tevê educativa da Bahia, foi instruída a transmitir sem medo, sem cortes, e com absoluta preferência, as manifestações espontâneas, a multiplicidade de culturas, a diversidade, que é uma marca da Bahia e que vinha caindo no obscurantismo. Resumindo, mostrar a cultura afro-baiana, com os blocos afro, os afoxés, blocos de reggae, etc.. Mas o que mais me emocionou, foram os blocos de samba, antes completamente jogados ao ostracismo, e por esse motivo, desconhecidos pelo grande público.

Nesse dia, a emoção me tomou o ser, mas em 3 ocasiões específicas, me pegou de jeito. Começou com a passagem do Alerta geral. Bloco de samba, ritmo mais genuinamente brasileiro, e que era criminosamente deixado de lado no carnaval, desfilou com elegância, com milhares de foliões, trazendo Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Dudu Nobre e outros, muito lindo.

O bloco Coração Rastafari entrou depois, tocando seu reggae de raiz, com letras fortes, com Lazzo Matumbi entoando sua bela voz. E olha, que o bloco quase que não sai por falta de incentivo, assim como muitos outros.

O Bankoma veio para me tirar lágrimas dos olhos. Bloco lindo de se ver, desfilou com altivez e muita beleza. Confesso que mesmo tendo morado por 8 anos em Lauro de Freitas, e sempre ensinado em escola do estado por lá, nunca ouvi falar dessa entidade. Para mim, uma surpresa emocionante.

Outro bloco de samba, o Amor e Paixão passou pelo Campo Grande majestoso. Coisa linda. Vestidos de vermelho e branco, os integrantes do bloco mostraram samba no pé o tempo todo, liderados pelo samba empolgante de Nelson Rufino..

Sem falar nos Filhos de Ghandi, que sempre trazem uma mistura de paz, tradição e, na minha opinião, muita sensualidade. O Cortejo Afro, belíssimo em toda sua diversidade, levando este ano também a causa dos albinos para as ruas. Os Mascarados, maravilhoso, com as pessoas fantasiadas, felizes, e onde aquela velha frase do Tim Maia: "Só não pode dançar homem com homem, nem mulher com mulher" não rola, graças a Deus; e outros eventos que mostraram que o carnaval da Bahia não é feito só de blocos de trio.

E nada mais coerente, e inteligente, do que dar maior destaque aos blocos e grupos de samba na Bahia no carnaval, como aconteceu. Afinal, é da suposta matriz do samba, o semba, que surgiram todas essas variantes ouvidas por aqui. E ainda dizem que o ritmo nasceu na terrinha, ou pelo menos nos braços de uma baiana, a Tia Ciata, e num ano em que um de nossos maiores sambistas, Riachão, figura emblemática daqui, foi tema do carnaval, a justiça finalmente se fez.


E pensar que samba vem da corruptela semba que significaria para uns Umbigada e para outros, Tristeza, Melancolia ou Banzo, creio que o carnaval já escolheu o seu significado preferido.


Bjo.





Quem quiser uma visão mais direta e racional sobre o carnaval, veja aqui no blog do Zé:



Música: Chame Gente do Moraes Moreira com Armandinho.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

This Love...




Existe uma música chamada Ice, da banda Inglesa Camel, que certamente é a música que mais consegue me emocionar, e com a qual me identifico demais. Coisa de sentimento, de emoção... Não sei explicar...

E toda vez que a ouço, sou transportada para uma fantasia bem agradável. Deixe-me descrever como essa música soa nos meus ouvidos:

Soa como o momento do sexo... (Seria bom o acompanhamento da música, para que a minha sensação fosse compartilhada mais facilmente. )

Ela, a música, no início, mantém o clima bem light, tranquilo, como de um namoro, de um beijo delicado, lábio com lábio, úmido, suave, quase inocente, onde a descoberta do mistério guardado no íntimo do outro é só um leve prenúncio...



Almas antes perdidas sentem que esse encontro é inestimável.


A Ice leva a um estado de percepção não apenas da carne, do corpo.
Ela incita a uma ligação maior, onde você consegue enxergar esse mistério do outro sendo ofertado para você e percebe a vontade de doar o seu também.
É uma troca de relíquias.

Mas a coisa esquenta e começam as carícias mais fortes, mais ousadas.
E o encontro de corpos e de almas é inevitável.
É o encontro de você com o outro e com você mesmo. Dentro ou fora de você.
O clima da música sobe, o solo fica visceral, como se estivesse chorando, de dor, de prazer, de paixão...
A descoberta se mostra mais presente.
O mistério é vislumbrado e dá esperanças de ser desvendado.
Aqui o sexo está acontecendo, quente, apaixonado, com tesão, com sentimento...
As mãos se encontram, se tocam, se apertam.
Pele na pele. Espírito no espírito. Uma dança de seres que se acharam.
E as almas se reconhecem, gêmeas, anjos.
Ali ou bem longe dali.

E no ápice do solo, dá-se o orgasmo.
Indescritível porque único.
Único porque nunca sentido igual.
Nunca sentido igual porque os amantes só se encontraram agora.
E por que só se encontraram agora?
Porque este era o momento certo.
Uma retro-salvação.

Depois, a música volta ao seu estado calmo, como se fosse o "depois" do prazer.
Um conseguiu receber o mistério do outro que só este poderia conceder.
Os mistérios se fundem num só.
Esta é a hora em que os beijos acontecem de novo, deliciosos, língua com língua, doces abraços, olhos no olhos e corpos entrelaçados.
Ternamente agradecidos por terem se achado, enfim.


FIM.





Para todas as almas perdidas que um dia tiveram ou terão a sorte de encontrar a sua salvação.



E para todos os que possuem uma música com poder de transportar a outro nível de percepção.





Bjo.





Música: É claro, Ice do Camel.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

♡ Happy Valentine's Day! ♡ ???






Hoje recebi um monte de mensagens de Happy Valentine's day! Respondi a todas, mas comprei um grilo.. rs.. Parei para pensar no fato das pessoas serem sempre seduzidas com um dia de/para tudo!

Que me desculpem os meus amigos publicitários, mas o "mercado" e a galera de marketing procuram de uma forma ou de outra inventar efemérides para não deixar de lucrar nem um dia sequer..

Até aí, nenhuma novidade, e qualquer um que seja um pouco mais atento, percebe esse apelo durante o ano, sem estresse. Assim como o fato de ter um único dia para cada comemoração, o que também seria razoável:

Dia das Mães - segundo domingo de maio;

Dia dos Pais - segundo domingo de agosto;

Natal - 25 de dezembro;

Dia dos Namorados - 12 de junho;

Valentine's day - hoje..
Ops.. Espera aí..
Valentine's Day atualmente não comemora exatamente o Dia dos namorados?? Tudo bem que lá tudo começou em nome de um santo, São Valentino, e que a comemoração era para um Amor Universal, isto é, todos os tipos de amor, de mãe, de filho, de irmã, de amigo, mas hoje, nesse dia, não acabou por se comemorar o amor nada sagrado dos namorados??

Poxa, então com que finalidade, algum brasileiro, que já tem um dia para comemorar o dia dos namorados, estaria comemorando hoje a mesma coisa??

Pelo nome que é bacaninha??

Por que somos meio alienados mesmo?

Por que todo mundo acha fofinho trocar mensagem dizendo "Happy valentine's day"??

Por que como colonizados que somos, aprendemos a adorar e a aceitar as baboseiras que vem de fora??
Por que adoramos gastar dinheiro com presentes, flores, jóias??

Talvez e provavelmente por todas as alternativas anteriores.

Precisamos estar atentos a essas pequenas coisas.. Às vezes é o primeiro passo para uma desalienação maior..

Ah...



♡ Happy Valentine's day for all the animals!! ♡ http://foto.blogonline.ru/16882.html


:o)




Bjo.








Música: UFO - Who's fooling who.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Óbvio e Ululante?


Óbvio e Ululante?



Por que há pessoas que preferem ser iguais, em série?
Nunca trazem nada de novo, nem de inventivo para te surpreender.
Não te acrescentam nada.
Fazem você se sentir sempre o redator daquele roteiro, prevendo sempre o que vem depois.

Por isso prefiro as pessoas não óbvias.
As pessoas loucas.
As imprevisíveis.
Aquelas que me assustam com uma atitude.
Que me fazem rir ou chorar com um gesto.
Que se abrem e se mostram por dentro, sem medo, doando o que elas têm de melhor.

Dessa forma, proporcionam a troca de emoções e sentimentos puros e verdadeiros..
E isso é o que realmente importa..
A troca de algo substancial entre seres únicos.
A necessidade de se possuir um mistério interior, algo que só se permita o acesso a poucos, que, por sua vez, possuem seu próprios mistérios.
Pois a vida sem mistérios é tão massante e sem graça e porque pessoas óbvias são tão entediantes.
E de entediante já basta ... ( Complete a lacuna você mesmo...)



Claudia Fernandes ®



"Se você não está em dúvida, é porque foi mal informado".

Slogan do Millôr para o Pasquim.




Bjo.





Música: Maluco Beleza do Raul Seixas.

sábado, fevereiro 03, 2007

Creatures of the Night..




Às vezes ela se sente como se estivesse tomando o rumo da escuridão, das trevas..
Em silêncio, como que num transe demoníaco,
escuta sua voz interna..
Sem forças para reagir, para enfrentar algo maior,
resiste com bravura...
Vai caminhando, lentamente, apática...
E, apesar de seu corpo estar aparentemente morto, sua alma sente o maior gozo, um êxtase que a liberta.
Assim, se deixa levar e seduzir por essa liberdade arrebatadora que só as cores e as sombras da noite podem oferecer...
E sucumbe...
Feliz.
Porque há momentos em que só o diabo entende as Criaturas da Noite..






Sometimes, she feels like she was taking the direction of darkness, of obscurity.
In silence, like in a demoniac trance,
she hears her own voice.
Without force to react, to face something bigger,
she resists bravely.
Go walking, slowly, apathetic.
And, in despite of her body is apparently dead, her soul feels a great delight, an ecstasy that sets it free..
So, she lets herself to be guided and seduced by this enchanted freedom that only colors and shadows of the night can offer..
And she succumbs..
Happy..
Because in some moments only Devil can understand the Creatures of the Night..



Claudia Fernandes ®






“Toda noite cria o que acontecerá de dia
Para o novo dia vir.”


(Arnaldo Antunes)




Bjo.





Música: Creatures of the Night do Kiss.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Catalepsia...






















Esse blog está se tratando num hospital por recorrente e demorada inanição de idéias e movimento..
Caso mais comumente conhecido como Catalepsia blogniana, engana aos mais experientes entendidos do assunto..
Oremos na intenção de sua volta sem nenhuma seqüela mais grave.



Bjo.





Música: My Chemical Romance - Dead!
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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.