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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



quinta-feira, maio 31, 2007

Meu amigo Zé...




Zé não pára de correr
Zé não pára nem para almoçar
Zé quer ser alguém
Zé quer chegar a algum lugar

Mas, Zé, amigão, mais calma
Aproveite a vida enquanto pode
Não venda antes do tempo a sua alma
Curta a saúde antes que dê bode

Pressa é só para atrasar a vida
Competição demais destrói a paz
Ambição acaba com a saúde
Preciso dizer algo mais?

Dou a minha palavra, meu amigo
Que a vida não tem nenhum mistério
Correndo você só vai chegar mais rápido
A um belo de um cemitério



Claudia Fernandes



Bjo.



Música:

My Shadow and Me...



Sombra

Sombra minha, indiferente
Pensas que me dominas
Teimas em me acompanhar
E só por estar sempre lá
Arvoras-te o poder de me reinventar

Sombra, muitas vezes insolente
Acreditas ser uma versão de "mim"
Tentas reproduzir a minha imagem
Porém, não percebes a incongruência
De seres o que nem eu tenho coragem

Sombra, acordes agora
Não preciso mais de tua companhia
Está na hora de seguir teu caminho
Desejo que ao contrário do meu
O teu seja quase sem espinho

Sombra, podes ir embora
Aceites, não me farás falta alguma
Tua sombria presença me incomoda
E o peso da minha própria existência
Já põe no meu pescoço uma mui pesada corda.


Claudia Fernandes ®



Bjo.



Música:

quarta-feira, maio 30, 2007

Out Of Order... 2




MENSAGEM AUTOMÁTICA

A pseudo humana que ''escreve" nesse blog está se tratando num hospital não internáutico por recorrente e demorada inanição de idéias, criatividade, movimento e vitalidade.. Caso mais comumente conhecido como Catalepsia blogniana, engana até os mais experientes entendidos do assunto..
Oremos na intenção de sua volta sem nenhuma seqüela mais grave.
Mas enquanto esperamos essa fase passar, eis uma música que reflete bem o momento..




Bjo.





Música:

quinta-feira, maio 24, 2007

There is a moment...




Há momentos em que você
se esforça para ser
focado
se esforça para aparecer
exibido
se esforça para parecer
evoluído
se esforça para estar
em primeiro plano


Há momentos em que você
percebe que está sendo
desprezado
percebe que está sendo
esquecido
percebe que foi
substituído
percebe que ocorrerá
um provável dano.

Portanto,
diante do fracasso iminente
seja você, em qualquer plano
seja você, seja o agente
seja você, louco, profano
não queira parecer ser
não queira aparecer demais
a recompensa virá, pode crer
mas agora com valores reais

Claudia Fernandes


Bjo.





Musica:

quarta-feira, maio 23, 2007

O Brilho do Sol...




A angústia tem o dom de fazer crer
que tudo é preto e branco, bicolor
Nenhum colorido é percebido
durante esse estranho pavor
Nenhuma alegria se intromete
por covardia ou precaução
nessa celeuma de horror
Nenhuma vida é realmente vida
quando só há tristeza, lamento e dor.


Mas de manhã, ele nasce, o sol
gritando para todo mundo ouvir
Que a vida é bela e muito querida
e que o segredo é aprender a sorrir
Na leveza da aurora
ou no calor do arrebol
traz cor, luz, energia, vida
Mostrando que sempre há esperança
para quem a vida já estava perdida.


Claudia Fernandes ®



Quisera eu conseguir manter essa relação assim tão amigável com o sol, como coloquei na poesia. Quisera eu conseguir ouvir esse grito que o sol dá "para todo mundo ouvir".
Tenho fortes indícios que me levam a crer que estou com problemas sérios de audição.
Será que a minha vida está fadada à perdição?
Será que alguém poderia me ajudar?




Bjo.








Música: Luz do Sol do Caetano Veloso.






quarta-feira, maio 16, 2007

Light and Darkness...




A ansiedade bate à janela
E também um pássaro grená
Ela vende a aflição como bela
Ele, tenta chamar a atenção dela
Para a armadilha na qual cairá


Como suscitam uma questão
A astuta ansiedade e o pássaro amigo
Ela traz amargura, ele, o coração
E ao cair da noite e da escuridão
A dúvida cria um ar de perigo


Na sala, sua família vê televisão
Ela está só no quarto escuro e gelado
A porta trancada só aumenta a solidão
Um cheiro de mofo, uma sensação
Que torna aquilo ainda mais desejado


Lá fora, o vento tem um plano:
Ajudar o desespero a abrir a porta
Como num ritual cinza e profano
Na sala, o cão late nervoso, insano
No quarto, ela, fria, jaz morta.


Claudia Fernandes





Bjo.




Música: Theatre of Tragedy - Venus.

segunda-feira, maio 14, 2007

Bundas em abundância...






Outro tipo de mulher nua

De Martha Medeiros


Nunca vi tanta mulher nua. Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa. Serviu cafezinho numa cena de novela? Posa pelada. É prima de um jogador de basquete? Posa pelada. Caiu do terceiro andar? Posa pelada.

Depois da invenção do photoshop. Até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta dar uns retoquezinhos, aqui e ali. Dá uma grana boa. E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?

Não sei se os homens estão radiantes com essa multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.

Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente.

Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo. Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.

Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor. Esse assunto pode ser algumas vezes repetido, mas creio que nesse caos, são necessárias algumas palavras para pensarmos um pouco. Coisa tão rara e não quista...





Um dia, recebi esse texto como sendo da Martha Medeiros. Nunca consegui nem confirmar nem desmentir a autoria. Porém, sendo de quem for, é muito legal e retrata uma realidade bem cruel e que inverte completamente os valores nesses nossos tempos.

Isso tudo acaba por me lembrar de uma música da Rita Lee e Zélia Ducan, chamada Pagu e de cujo teor assino embaixo:

Pagu - Rita Lee - Zélia Duncan

Mexo remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão

Eu sou pau pra toda obra
Deus da asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"

Sou a rainha do meu tanque
Sou Pagú indignada no palanque
Fama de porralouca, tudo bem
Minha mãe é Maria Ninguém
Não sou atriz-modelo-dançarina
Meu buraco é mais em cima

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"




Bjo.





Música: Pagu - Rita Lee e Zélia Duncan.
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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.