Hoje uma amiga minha, a Carlota, me ligou e ficamos horas conversando sobre a vida, sobre o viver, seus prós e contras, sobre depressão, terapias, médicos e outras coisinhas mais.. Gosto muito dela, porque tem se mostrado uma amiga bacana, mesmo nesses meus momentos de introspecção, tristeza, mudança de humor e muita simpatia pela solidão.
Logo depois que desligamos, começou a passar um filme lindíssimo no Cinemax. Vi o título, chequei os atores, a locação e pronto, pensei: Tenho que assisitir. Pois não é que até chorei de tão belo que era o filme?? Ele se chama A love song for Bobby Long, com John Travolta e Scarlet Johansson nos papéis principais. E o cenário?? New Orleans, Louisianna.. Não faltava mais nada... E eu recomendo.
Após esses dois episódios, fiquei pensando num texto que li há muito tempo, e que, supostamente seria de autoria de Oscar Wilde(digo supostamente, porque até hoje não consegui confirmar, pois nem no site oficial dele este texto é mencionado) e que tanto na época em que li, como ainda agora, me faz refletir e questionar a qualidade de meus amigos.
Na verdade, me faz questionar se realmente tenho amigos. Às vezes penso que o único amigo que eu tenho, e que de fato seria uma amiga, é a música. Muito abstrato de minha parte? Pode ser. Mas isso é uma questão particular minha. Pretendo mantê-la nesse nível. Desculpe..
Entretanto, para incitar o questionamento de quem por aqui passar, deixo o texto abaixo:
"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. "
Oscar Wilde
Bjo.
Música: Gymnopedie 1 de Eric Satie.