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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



domingo, maio 07, 2006

Vaidades


Vaidades (Texto mui gentilmente cedido pelo amigo Juarez)


Em um mundo cheio de vaidades, às vezes, quando estou cercado de pessoas assim, uma das impressões que tenho, é que com o tanto que aquelas pessoas fazem, com o tudo que entendem, não vai sobrar quase nada pra mais ninguém.

Elas vão ganhar todos os dinheiros, vão ter todos os bens. Se homens vão conquistar e dormir com todas as mulheres, comprar os melhores carros...

É um mundo do “eu fiz isto”, “eu posso aquilo”, “eu tenho tanto”... É aquela coisa do “O meu é maior/melhor que o teu”. Pensam que serão mais queridos e estimados por isto.

Prefiro assistir quieto. Fico a imaginar por que é tão importante afirmar-se assim.

Este universo me lembra um tanto o das propagandas de cigarro: cavalos garbosos, corpos sarados, mulheres bonitas. É um lugar idílico, onde não há rugas, as pessoas nunca envelhecem e onde os seios nunca ficam flácidos. Acontece que a vida real não é só isto.

Nada contra ter bens. Trabalhamos por isto. E se os conseguimos por que não gozar o prazer e felicidade em tê-los?

Mas sem presunção, sem querer diminuir ou constranger quem não tem.

Diante de algumas conversas, prefiro ouvir o vento. Ver navios, árvores e rostos nas nuvens. Admirar as flores.

Com os pés descalços, quando piso na terra, vejo que a natureza, tão rica e bela sem ser vaidosa, diz mais...em silêncio.

Juarez A Motyczka



Quando li esse texto do Juarez, foi como se tivesse tomado um murro no estômago..

Primeiro, porque o que ele escreveu no texto confere exatamente com a minha opinião sobre o tema e isso me fez ver que existem pessoas como eu, "estranhas" à maioria..

Segundo, porque achei a abordagem muito interessante e muito atual...

Parei e fiquei pensando por horas sobre o tema.. Poderia ficar o dia inteiro, a semana, meses até..

Vivemos sim em um mundo de vaidades, onde o Ter vale mais que o Ser.. Daí frases como "Eu tenho um carro importado..", ou "Tenho uma casa em um condomínio de luxo", ou ainda "Tenho todas as mulheres que quiser.." são tão ouvidas, e o que é pior, na minha opinião, tão valorizadas e acatadas como o certo, o comum, o "normal"... Mas prefiro, como o Juarez, "... ouvir o vento. Ver navios, árvores e rostos nas nuvens. Admirar as flores. "

Garanto que essas ações são mais importantes, me deixarão melhor e me farão subir muito mais numa escala evolutiva do que comprar um carro caríssimo, morar em uma casa de vinte quartos e só usar um, ser chamada de DRA. só pq fez direito(meu caso), "comer" todas as mulheres gostosas, namorar os caras mais bonitos ou otras cositas mas...

Portanto, mais uma vez, me valho das palavras do Juarez:

"Prefiro assistir quieto.";

e da letra de uma música que resume muito bem o tema para finalizar o meu texto:

"Balada do Louco(Arnaldo Batista/Rita Lee)

Dizem que sou louco
Por pensar assim
Que eu sou muito louco
Por eu ser feliz

Mas louco é quem me diz
Que não é feliz
Não é feliz

Se eles são bonitos
Sou Alain Delon
Se eles são famosos
Sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu

Sim sou muito louco
Não vou me curar
Já não sou o único
Que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
Que não é feliz
Eu sou feliz. "



Bjo.



Música: Balada do Louco dos Mutantes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cláudia,

é importante sermos como somos e dar importancia ao que achamos importante.

se assim o fizermos, seremos diferentes dos outros, teremos uma identidade.

cada um de nós tem o direito de definir quem é, quem quer ser...

um batido de frutas cultural ou ele próprio...

a segunda opção é muito mais difícil!

não existe reconhecimento externo, não existem ideias feitas, prontas a usar, opiniões politicamente correctas...

sempre gostei mais de ser eu.

primeiro, caguei nos outros... ou seja, eu sou eu, os outros estão do lado de fora.

se os outros existem e têm uma opinião, uma maneira de ver a vida, eu tenho a minha.

não espero que gostem da minha mareira de ser, não esperem que aprove a dos outros...

andei perdido bastante tempo.

tenho-me descoberto aos poucos.

enfim, ando a aprender a conhecer-me.

Beijos,
Miguel

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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.