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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



segunda-feira, maio 29, 2006

Será que existe a verdadeira amizade?


Hoje uma amiga minha, a Carlota, me ligou e ficamos horas conversando sobre a vida, sobre o viver, seus prós e contras, sobre depressão, terapias, médicos e outras coisinhas mais.. Gosto muito dela, porque tem se mostrado uma amiga bacana, mesmo nesses meus momentos de introspecção, tristeza, mudança de humor e muita simpatia pela solidão.

Logo depois que desligamos, começou a passar um filme lindíssimo no Cinemax. Vi o título, chequei os atores, a locação e pronto, pensei: Tenho que assisitir. Pois não é que até chorei de tão belo que era o filme?? Ele se chama A love song for Bobby Long, com John Travolta e Scarlet Johansson nos papéis principais. E o cenário?? New Orleans, Louisianna.. Não faltava mais nada... E eu recomendo.

Após esses dois episódios, fiquei pensando num texto que li há muito tempo, e que, supostamente seria de autoria de Oscar Wilde(digo supostamente, porque até hoje não consegui confirmar, pois nem no site oficial dele este texto é mencionado) e que tanto na época em que li, como ainda agora, me faz refletir e questionar a qualidade de meus amigos.

Na verdade, me faz questionar se realmente tenho amigos. Às vezes penso que o único amigo que eu tenho, e que de fato seria uma amiga, é a música. Muito abstrato de minha parte? Pode ser. Mas isso é uma questão particular minha. Pretendo mantê-la nesse nível. Desculpe..

Entretanto, para incitar o questionamento de quem por aqui passar, deixo o texto abaixo:

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. "

Oscar Wilde



Bjo.


Música: Gymnopedie 1 de Eric Satie.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanto à pergunta:
"Será que existe a verdadeira amizade?"
Depende ao que se chama de "amizade" e ao que se considera ser "verdadeiro" ou não.

Se me perguntares, responder-te-ei que não sei nem me interessa.

Quanto ao texto, bem, eu não escolho os meus amigos.

Não gosto de ter de escolher entre o mal e o bem, e de ter de definir o que é mau, ou já passou a fronteira para o bem.

Vivo de acordo com a minha consciência. Simplesmente.

Se alguém se quiser dar ao trabalho de pensar se o que faço é mau ou bom, pode até ser divertido, mas não me interessa.

Não sei quais os meus amigos, ou se tenho inimigos.

Sei que há pessoas com quem gosto de estar e partilhar a minha vida, como tu Claudinha, e outras que nem tanto.

Mil beijos,
Miguel

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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.