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Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não mais me satisfazia.

Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia.

Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia.




Claudia Pinelli Rêgo Fernandes ®



quarta-feira, abril 04, 2007

Puro Sentimento...


A extinção dos sentimentos - Márcio Salgues


Nosso chamado mundo moderno tem sido pródigo na criação e distribuição de valores, comportamentos, costumes e conceitos de consumo rápido, práticos, descartáveis, embalados para presente. E os efeitos da tal globalização não se restringem às mazelas sociais que vemos desfilar diante dos nossos olhos diariamente. Vão mais além. Fogem das esferas econômicas e influenciam até sentimentos mais íntimos como o amor.


Claro que sempre houve um materialismo embutido nas relações formais, nem sempre amorosas, desde longa data. O conceito de dote, por exemplo, ainda hoje é aceitável e praticado em diversas partes do mundo. A civilização ocidental, curiosamente, apesar de ter abolido o costume e a exigência prática do dote nas uniões entre homem e mulher, criou um mecanismo ainda mais mesquinho. Incutiu na cabeça de todos que o conceito de amor é secundário. Que, antes de tudo, em detrimento desse mesmo amor, é mais importante ser bem sucedido financeiramente. Que o mais importante é ter do que amar.


É incontestável, obviamente, a necessidade de se alcançar uma certa tranqüilidade” e estabilidade profissional e financeira quando duas pessoas pensam em formalizar um amor verdadeiro, juntar as escovas de dente, lavar cuecas e calcinhas – ou só cuecas, ou só calcinhas – no mesmo tanque, enfim... Afinal, não existem contos de fada. Mas, não é apenas esse pensamento que está movendo as engrenagens das relações pessoais. Uma criatura estranha toma forma. Uma espécie de amor globalizado pós-moderno. Insensível, pragmático e materialista.


A poesia está sendo assassinada. Os sentimentos relegados. Aquela coisinha abstrata que ninguém pode tocar ou roubar. Aquilo que demos o nome de “amor”. Esse sentimento que deu à luz a tantos versos às custas das almas açoitadas de outros tantos poetas; que alimentou e ainda alimenta tantos corações, tantas histórias.


Sim, essas percepções vão-se tornando raras, sendo soterradas pela cegueira da vida moderna. Vão-se extinguindo.


E a vida segue, com homens e mulheres, a se exigirem entre si, contas bancárias, apartamento próprio e, pelo menos, um carro descente e um bom emprego. Outros a amarem com contratos pré-nupciais bem explícitos no que tange aos bens e, ainda assim, com prazo de validade desse amor definido.


A impressão é que só uns poucos ainda ousam amar e ainda conseguem enxergar poesia na vida, a despeito das justas obrigações e preocupações cotidianas. Encontram o equilíbrio e o bom senso. E são mais felizes.
Contudo, a insanidade coletiva cotidiana, a ânsia por sobreviver dentro de certos padrões financeiros ou mesmo para alcançar um padrão mais elevado, além do apelo constante pela noção distorcida de sucesso que nos é imposta pelo mundo, aborta aos poucos a composição de novos versos, converte poetas em vendedores desalmados, corações em meras bombas sangüíneas e a existência numa vida sem vida, inerte e fria.






Belo texto..

E pensar que o Marcinho é meu amigo. Fico super feliz por ele. Além de achar muito certo o que ele escreveu.
O amor está sendo relegado a segundo plano e sempre através de desculpas esfarrapadas.
As pessoas deixam de amar verdadeiramente por motivos tão artificiais, que chegam a ser inacreditáveis.
A prioridade pode ser o trabalho, a carreira, o dinheiro, a fama, etc...
Quando na verdade a prioridade deveria ser sempre o amor.
Sem amor todas essas outras coisas ficam vazias e sem graça.

Sou uma das raras "Hopeless romantic" ainda vivas e que não morreu de tuberculose... rs...
Creio que sou também uma das poucas "que ainda ousam amar e que ainda conseguem enxergar poesia na vida".
Porque sempre acreditei que sem esse amor, sem essa paixão, a vida fica sem graça, sem VIDA.





Bjo.







Música: Through her eyes - Dream Theater.

2 comentários:

Zeze disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zeze disse...

Olá
Peço imensa desculpa.

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Minha família

My kind of Spirit...


You are the elusive Night Spirit.
Your season is Winter, when the stars are bright and frost crystallizes the fallen leaves.
You are introspective, deep-thinking, and mysterious.
Everyone is intrigued and a little intimidated by you because you have an aura of otherworldliness.
You work in extremes, sometime happy, other times sad, but always creative and philosophical.
You are more concerned with the unseen, mystical, and metaphysical than the real world.
Night Spirits have a tendency to get lost in themselves and must be careful not to forget reality, but their imagination is limitless.